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Na Era Lula, bancos tiveram lucro recorde de R$ 199 bilhões

SÃO PAULO - A era Lula chega ao fim com um recorde na área financeira. O lucro líquido de uma amostra de nove bancos (entre eles, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco) somou R$ 174,075 bilhões entre 2003 e 2010, em valores nominais. Corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), essa cifra pula para R$ 199,455 bilhões, batendo de longe os resultados registrados durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. As mesmas nove instituições, entre 1995 e 2002, acumularam um ganho nominal de R$ 19,113 bilhões e R$ 30,798 bilhões a valores atuais. A diferença entre os lucros corrigidos pela inflação nos dois períodos é de 550%.

 

Os números foram compilados pela consultoria Economática, que usou na sua amostra as instituições que já divulgaram os resultados fechados de 2010. A consultoria também mediu a rentabilidade dos bancos. Durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique, o retorno sobre o patrimônio líquido oscilou entre a mínima de 8,41% (em 2000) e a máxima de 13,98% (1996). Com Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Planalto, a rentabilidade mediana nunca foi inferior a 13,08% (2008) e o teto para a amostra estudada chegou a 17,66% (em 2006).

Longe de representar a preferência de um ou outro pelos banqueiros, os números da Economática refletem a forte transformação da economia brasileira. O governo FH começou sob a égide de uma nova moeda, que obrigou os bancos a buscarem novas formas de receita para substituir os antigos ganhos com a inflação (o chamado floating). Passou ainda por uma maxidesvalorização e balançou com o peso de três crises financeiras (do México, da Rússia e da Ásia), que fecharam o crédito externo ao país. Ganhos com juros, inflação baixa e economia em alta

O resultado disso foi a quebra de várias instituições e a realização de várias fusões e aquisições no sistema financeiro. O período foi caracterizado ainda pelo reconhecimento de prejuízos dos bancos públicos. Entre 1995 e 1996, só o BB reportou prejuízo nominal superior a R$ 11,7 bilhões.

Já o Brasil de Lula voltou a crescer na esteira da melhora da economia mundial, a partir de 2004. O país gerou empregos em todos os setores e maior renda, e os bancos tiraram proveito do aumento crescente da demanda por crédito. Em relação a esse ponto, os economistas lembram que, mesmo num cenário de estabilidade econômica, os juros reais no país continuaram entre os mais altos do mundo. No governo Lula, o ponto mais baixo foi registrado entre 2009 e 2010 (4,6%), considerando a Selic acumulada nos últimos 12 meses, ajustada pelo IPCA.

Leia a íntegra da reportagem na edição do Globo Digital (conteúdo exclusivo para assinantes)

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