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Sem emprego, garçom usa gravata e ganha clientela vendendo água na rua

Após não ter renovado o contrato de experiência como garçom em fevereiro deste ano, Jerry da Rocha Reis, de 44 anos, morador de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, se inspirou em uma ideia criativa para virar vendedor de água nas sinaleiras da cidade. Ele resolveu aproveitar o uniforme, com gravata borboleta, avental, camisa branca e sapato social para chamar a atenção dos clientes.

“Vi uma reportagem na TV de um jovem que fazia a mesma coisa em São Paulo, me inspirei e aprimorei mais ainda a qualidade da minha venda. Agora tenho essa marca de a garrafa ser embalada e o canudo embalado. O meu perfil é de barba e cabelo feito, unhas limpas", conta Jerry. O empreendedor ressalta que pensa no meio-ambiente, e acredita que o saco utilizado para embalar as garrafas de água pode ser utilizadas pelos clientes como saco de lixo no carro, evitando que sejam descartadas na rua.

Jerry fez curso de garçom e leva experiência para as ruas (Foto: Juliana Almirante/ G1 BA)Jerry fez curso de garçom e leva experiência para
as ruas (Foto: Juliana Almirante/ G1 BA)

Ele leva as garrafas no balde de alumínio sobre uma bandeja, que ainda carrega uma garrafa de vinho vazia, só para fazer um charme e cativar ainda mais a clientela. A visão que os clientes têm do vendedor também muda, segundo ele. “O pessoal sorri e elogia a ideia”, comemora.

Ele cursou, no ano passado, a formação de garçom oferecida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) na Bahia, durante quatro meses, e recebeu também gratuitamente o uniforme de vendedor. Depois disso, trabalhou até fevereiro deste ano em um restaurante no bairro de Stella Maris, em Salvador, mas não teve o contrato renovado. “Foi só durante a alta estação”, lembra.

Produtos são embalados em sacos plásticos (Foto: Juliana Almirante/ G1 BA)Produtos são embalados em sacos plásticos
(Foto: Juliana Almirante/ G1 BA)

O vendedor trabalha há três semanas na sinaleira da Av. Octávio Mangabeira (orla de Salvador), que dá acesso à Avenida Magalhães Neto, na Pituba. Com a atividade, ele conta que consegue ganhar até R$ 80 por dia e sem aumentar o preço da água por conta da apresentação diferente. “Dá para arcar com as despesas. Varia quanto eu ganho. Às vezes trago 40 garrafas e vendo cada uma a R$ 2”, diz.

Assim que termina de vender as garrafas do balde, ele vai repor a mercadoria com o restante que fica em um isopor dentro de um carro estacionado próximo à sinaleira. O veículo é um táxi que Jerry dirigia há quatro anos, antes de perder a licença para dirigir como taxista. “Minha irmã era a dona e vendeu a placa, a licença para ser taxista. Hoje para alugar um táxi tem que ter R$ 3.500 de fiança mais R$ 2.700 de aluguel. Ficou puxado para mim”, finaliza.

Ex-taxista de 44 anos aposta em criatividade para vender água na capital baiana (Foto: Juliana Almirante/ G1 BA)Ex-taxista de 44 anos aposta em criatividade para vender água na capital baiana (Foto: Juliana Almirante/ G1 BA)

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