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Retorno de Lula ao sistema político é bom até para seus adversários

Lula é – era – o único líder político nacional preso. Há dois políticos que já foram importantes em seus respectivos estados que estão presos também, Sérgio Cabral, do Rio, e Eduardo Azeredo, de Minas. Ambos foram governadores e em algum momento foram poderosos, mas apenas regionalmente. Se hoje seus nomes fossem testados em pesquisas estaduais de intenção de voto, teriam um percentual próximo de zero. Lula é em tudo diferente, trata-se de um político nacional que poderia vencer uma eleição presidencial. É algo inédito no Brasil, talvez no mundo. O PT e Lula são, de longe, os principais prejudicados desta situação que foi iniciada em abril de 2018, ano eleitoral.

A decisão de hoje do STF quanto à prisão em segunda instância tem, portanto, uma grande implicação política: recoloca Lula no jogo político. É fato que não se trata, a princípio, de tornar Lula elegível. Isso não é necessário para que ele ocupe o centro do palco. Lula livre dificilmente retornará para a prisão. Assim, ele passará a articular a política, começando pela arbitragem dos conflitos internos do PT, passando por atrair os políticos do Centrão e terminando pela articulação da escolha do candidato de seu partido à presidência em 2022

O retorno de Lula será bom para todo o sistema político, inclusive para seus adversários, como o PSDB e Bolsonaro. O governo ganha com a libertação de Lula porque a oposição não governa, mas faz o governo governar. Com Lula galvanizando a oposição, Bolsonaro terá de mostrar mais serviço do que vem fazendo até agora. Uma oposição vibrante e forte, paradoxalmente, ajuda o governo.  Tanto o PSDB quanto seus dissidentes que já conversam com Luciano Huck também vão precisar ser mais atuantes em seus discursos contra a desigualdade e a favor de políticas sociais. Ora, Lula é o dono destes temas, não é fácil deslocá-los do terreno da proteção aos pobres.

Por fim, o sistema político como um todo ganha com a liberdade de Lula. Ele respeita o sistema e o protege. Nesse sentido, Lula não tem lado, diante de todos os políticos, à esquerda e à direita, Lula é o líder da tropa. Seu retorno ao centro do palco político é um ingrediente adicional, dos mais importantes, que levará à retração do Poder Judiciário em benefício do protagonismo do sistema político.

Este protagonismo é crucial para que o Brasil volte aos trilhos do crescimento e da justiça social.VEJA

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