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EUA dizem manter apoio ao Brasil na OCDE, mas não falam em prazo

Beatriz Bulla, correspondente, O Estado de S.Paulo

10 de outubro de 2019 | 18h16
Atualizado 10 de outubro de 2019 | 21h50 

WASHINGTON - Os Estados Unidos dizem manter o apoio à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas não se pronunciaram até o momento sobre o prazo em que o apoio formal ao processo de entrada do País deve acontecer. A manifestação acontece depois de a agência Bloomberg revelar carta em que o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se posiciona a favor da entrada da Argentina e da Romênia no grupo, sem citar o apoio ao Brasil.

Um porta-voz da área assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado afirmou que os EUA “continuam a manter a declaração” de 19 de março, quando o presidente Donald Trump “afirmou claramente o apoio ao Brasil para iniciar o processo e se tornar um membro pleno da OCDE”.

No mesmo comunicado, o Departamento de Estado diz que os EUA “continuarão a trabalhar com outros membros da OCDE para encontrar um caminho para a expansão da organização”.  “Apoiamos a expansão da OCDE a um ritmo que considere a necessidade de pressionar reformas de governança e o planejamento da sucessão. Continuaremos a trabalhar com os outros membros da OCDE para encontrar um caminho para a expansão da instituição. Todos os 36 países membros da OCDE devem concordar, por consenso, com o calendário e a ordem dos convites para iniciar o processo de adesão à OCDE”, afirmam os EUA.

Bolsonaro e Trump
Jair Bolsonaro e Donald Trump Foto: Kevin Lamarque/ Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite desta quinta-feira, 10, em sua conta no Twitter que a declaração conjunta divulgada em março com o presidente Jair Bolsonaro deixa "absolutamente claro" que ele apoia o início do processo pelo Brasil para se tornar um membro integral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"Os EUA mantêm aquela declaração e mantêm [seu apoio] a Jair Bolsonaro", escreveu Trump. Ele também chama de "fake news" um artigo da Bloomberg a que remete em seu tuíte com o título "EUA rejeitam tentativa do Brasil na OCDE após endossá-la publicamente".

Donald J. Trump
@realDonaldTrump

The joint statement released with President Bolsonaro in March makes absolutely clear that I support Brazil beginning the process for full OECD membership. The United States stands by that statement and stands by @jairbolsonaro. This article is FAKE NEWS! https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-10-10/u-s-turns-down-brazil-s-oecd-bid-after-publicly-endorsing-it 

https://pbs.twimg.com/card_img/1182303075941437440/_1KtRuUu?format=jpg&name=600x314); background-size: cover;" style="position: absolute; top: -1px; left: -1px; bottom: -1px; right: -1px; background-size: 3em; background-position: center center; background-repeat: no-repeat; background-image: url("//ton.twimg.com/tfw/assets/news_stroke_v1_78ce5b21fb24a7c7e528d22fc25bd9f9df7f24e2.svg");">

U.S. Turns Down Brazil’s OECD Bid After Publicly Endorsing It

The U.S. government has declined to endorse Brazil’s bid to join the Organization of Cooperation and Development, marking a reversal after months of public support from top officials.

bloomberg.com
20 mil pessoas estão falando sobre isso

Em mais um comunicado divulgado no início da noite, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que a carta “não representa de forma precisa a posição dos EUA a respeito da expansão da OCDE”. “Nós somos apoiadores entusiasmados da entrada do Brasil”, escreveu Pompeo, que disse ainda que os EUA “farão esforços para apoiar o acesso” do País à OCDE.

“Ao contrário do reportado pela mídia, os EUA, consistentes com o comunicado conjunto dos presidentes Trump e Bolsonaro em Março, apoia por completo o começo do processo do Brasil para se tornar um membro pleno da OCDE”, escreveu Pompeo.

O americano não mencionou prazos ou a razão para dar preferência, neste momento, à entrada de outros países.

Apesar de a manifestação em março de apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE, seguida de outros momentos em que o apoio foi verbalizado por autoridades do governo Trump, os americanos não chegaram a estabelecer publicamente um prazo ou cronograma para que isso aconteça. O governo Trump trava uma queda de braço com o atual secretário-geral da organização, Angel Gurría, e é contrário a um alargamento da instituição, que já fora conhecida como clube dos países ricos. Os americanos tentam balancear as forças dentro da organização frente aos europeus e, por isso, se opõem a uma entrada simultânea de todos os países candidatos.

O governo brasileiro argumenta que não foi pego de surpresa com a carta de Pompeo referendando as indicações de outros países, sem citar o Brasil. A alegação de diplomatas é de que o processo do Brasil é recente e está atrás da fila de outros países com os quais os EUA já tinham se comprometido, e que o processo do Brasil segue. O comprometimento de Trump com a candidatura da Argentina aconteceu em agosto de 2017, com a visita de Maurício Macri – com quem o americano mantém bom relacionamento – à Casa Branca./ COLABOROU  NICHOLAS SHORES

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