Gramado além do Papai Noel: turismo rural apresenta um outro lado da cidade
GRAMADO - Subir os degraus de um ônibus com carroceria antiguinha, cantar "La bella polenta" acompanhado de um violeiro e admirar campos com pinheiros, araucárias e ovelhas conduzem o turista por um bucólico túnel do tempo em Gramado . Se a cidade já é conhecida por sua área urbana, de arquitetura colonial charmosa e pavimentações peculiares como a Rua Torta e a Rua Coberta, o turismo rural prova que há muito mais o que explorar. Gramado tem visto crescer também sua gastronomia voltada para a cozinha de natureza, com ênfase no uso de produtos típicos e locais. Também oferece opções de hospedagem com esta mesma pegada sustentável.
Passeios
Há diversos roteiros de agroturismo. São passeios que duram em média cinco horas, como os oferecidos pelas empresas Princesinha e Vento Sul, e passam por três ou quatro propriedades. Nelas, é possível ver o funcionamento de moinhos, percorrer parreirais, conhecer detalhes da agricultura orgânica e até alimentar animais do campo, com a devida supervisão dos responsáveis, claro. É o que conta Fátima Marcon, dona de uma propriedade que leva o nome de sua família, a cerca de 10km do centro de Gramado, e que, entre outras coisas, cultiva milho.
— Tentamos combinar para que cada lugar ofereça um tipo de atividade, para não ficar repetitivo. Aqui, todos se respeitam. Assim, há lugar para todos trabalharem — explica a gaúcha, que oferece ainda degustação de geleias e sucos de uva artesanais.
Na propriedade Alambique, a dez minutos dali, são detalhadas técnicas da produção de cachaça. Quem conduz é o proprietário Romeu Rossa. Ele apresenta o uso de maquinário, fala sobre fermentações e promove degustação e venda da bebida:
— Não fazemos cachaça em grandes quantidades. Não vendemos em mercado, somente para quem passa aqui em casa. Temos o prazer da conversa.
Na propriedade da Família Baretta, na mesma região, o casarão tem música com o violeiro Jovir e uma mesa posta com pinhão cozido, pastéis, bolos, linguiças, salames, vinho, cachaça e outras de iguarias típicas. O fim do encontro tem sarau com poesia.
Os passeios têm valores a partir de R$ 130, na Princesinha, com café colonial incluso, ou de R$ 180 com almoço, na Vento Sul, para grupos acima de 20 pessoas.
Princesinha Agroturismo: Rua Coronel João Corrêa 90-150, Bairro Belverede. Tel. (54) 3286-6787.
Vento Sul: Rua Pedro Candiago 993, Planalto. Tel. (54) 98122-0800.
Restaurantes
Wood
O restaurante oferece pratos com ingredientes frescos e fornecidos por produtores locais. No cardápio do premiado chef e agricultor Rodrigo Bellora, há legumes e verduras de suas plantações, pães e focaccias preparados na própria cozinha, e queijos artesanais serranos. Os carros-chefes são pratos como linguiça suína fresca e defumada com vinagrete crioulo e ovo de galinhas felizes (R$ 47); paçoca de pinhão e porco, mostarda de batata cream, agrião e farinha de cítricos (R$ 48); e Do Mar, peixe meca grelhado no azeite de capim santo, camarão salteado com páprica defumada, espaguete de chuchu salteado na manteiga e sálvia (R$ 89). Também funciona como hotel, um empreendimento moderno e aconchegante inaugurado em 2018.
Rua Mario Bertolucci 48, Centro, Gramado. Tel. (54) 3295-7575.
Le Petit Clos
O ambiente com clima de casa na montanha oferece transporte gratuito para os hotéis e pousadas onde os clientes estão. É o mais antigo restaurante de fondue da cidade e, entre as dezenas de combinações convencionais, destaca-se pelos cortes de carne e frango cozidos em pedra vulcânica acompanhados de 14 molhos doces e salgados (R$ 149). Para os clientes que não comem carne, oferece o fondue vegetariano (R$ 145) ou vegano (R$ 155). A segunda opção inclui sequência de fondues de creme de abóbora, legumes na pedra e chocolate veg .