Cinco dicas (e uma curiosidade) para uma viagem ao Butão, o 'país da felicidade'
RIO - Você pode não estar ligando o nome à pessoa (no caso, ao território). Mas certamente já ouviu falar do autointitulado "país mais feliz do mundo". Encravadonos Himalaias , entre China e Índia, o Butão é um pequeno reino asiático que chamou a atenção do mundo ao criar um Índice de Felicidade Bruta para medir o nível de bem-estar de sua população.
A felicidade tem um preço. O Butão controla de perto a atividade turística, e não é possível visitar o país por conta própria. É preciso fechar um pacote com uma das operadoras de turismo locais, e é através delas que se consegue o visto, no valor de US$ 40, obrigatório para a entrada de todos os visitantes estrangeiros. O pacote custará pelo menos US$ 200 dólares por dia (ou US$ 250, na alta temporada (de março a maio e de setembro a novembro) e incluirá guia, motorista e entradas nos principais atrativos do país, além de hospedagem em hotéis que vão de três a cinco estrelas.
Só há duas companhias aéreas operando no país, Drukair e Bhutan Airlines, que voam de cidades da Índia (Nova Délhi, Mumbai, Calcutá e outras), Tailândia (Bangcoc), Bangladesh (Daca), Nepal (Katmandu) e Cingapura para o aeroporto internacional de Paro.
CEO da Latitudes, agência de viagens dedicada ao turismo de experiências, Alexandre Cymbalista já teve a oportunidade de percorrer os vilarejos, palácios e templos deste país do Sul da Ásia. A seguir, ele dá algumas dicas do que ver e fazer por lá.
Visitar o Dzong de Punakha
"Os dzong são antigas fortalezas que hoje abrigam templos, escolas e monastérios. O de Punakha foi construído no século XVII e é um dos mais encantadores, todo em branco e vinho e cercado de flores. Ele fica na confluência de dois rios, um masculino e um feminino: Pho Chhu (pai) e Mo Chhu (mãe)."
Conhecer a região de Gangtey
"É uma das regiões mais bonitas do Butão, mas pouco visitada pelos turistas. Vale a pena para quem tem mais tempo para desbravar o país, que se demonstra cada vez mais encantador. Em Gangtey há varias trilhas pela natureza, dzongs e templos interessantes. O Gangtey Lodge é um dos meus hotéis favoritos no mundo. Tem uma vista espetacular para o vale, com todos os confortos de um hotel de luxo."
Visitar uma escola de monges
"É uma experiência que vale a pena para conhecer o estilo de vida monástica, entender as questões de conflito, como a escolha pela reclusãoversus a vida moderna. É uma atração tanto para os turistas, quanto para os monges, que adoram falar inglês e conversar com os visitantes."
Almoçar em uma casa de família
"Os butaneses têm muito orgulho do estilo de vida que levam, e visitar uma casa de família local é a oportunidade de entender melhor isso. Há pequenas propriedades sustentáveis, que produzem tudo de forma orgânica. Um dos pratos típicos é o ema datshi ('ema' é pimenta e 'datshi' é queijo), que eu gosto bastante, mas alerto que é bem apimentado."
Templo da fertilidade
"O templo Chimi Lhakhang fica em Punakha e foi construído pelo lama Drukpa Kuenley, deus da fertilidade. Tanto os turistas e locais que visitam o templo recebem uma bênção para abrir caminho para gravidez. Os casais depois enviam fotos da nova família formada após a visita. Como a principal representação de Kuenley é um pênis, a imagem pode ser vista decorando a fachada das casas."
Curiosidade
"Embora a família real seja venerada, os membros se esforçam para levar uma vida mais próxima do comum, então é fácil encontrar alguém da realeza pelas ruas. Eu já peguei um voo com a mãe do rei atual."