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Ventos favoráveis para o milho: segunda safra deve bater recorde

milho home

Entre maio e junho, as equipes do 16ª Rally da Safra – expedição técnica organizada pela Agroconsult, que percorre o Brasil visitando as principais regiões produtoras – voltaram a campo para conferir o desenvolvimento da 2ª safra de milho (lavouras de inverno), que de uns tempos para cá se tornou a principal. A expectativa pré-Rally era de uma colheita de 70,6 milhões, mas as amostragens coletadas in loco levaram a consultoria a elevar a previsão para 74,6 milhões de toneladas de milho, um novo recorde de produção.

As estimativas da Agroconsult apontam um aumento de área plantada da 2ª safra de milho de 7%, totalizando 12,3 milhões de hectares. A produtividade média também teve uma alta expressiva, de 78 sacas por hectare para 101 sacas. Segundo André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, o fato de a soja ter sido plantada mais cedo no ano passado e, consequentemente, ter sido colhida antes este ano, contribuiu para o resultado ao favorecer a semeadura do milho na chamada janela ideal, que é o período mais propício. “Foi o plantio de milho mais precoce que o Brasil já teve, quase todo ele até o final de fevereiro”, diz o consultor.

Estimativas apontam um aumento de área
plantada da 2ª safra de milho de 7%,
totalizando 12,3 milhões de hectares

No geral, as chuvas regulares ajudaram o preenchimento do grão em quase todas as regiões. A equipe de campo também observou um considerável aumento tanto na população de plantas quanto no peso dos grãos. Mato Grosso e Goiás foram os estados que registraram as maiores produtividades médias, ambos com 115 sacas de milho por hectare. Já Mato Grosso do Sul teve um índice de 91 sacas por hectare e o Paraná registrou 98 sacas por hectare. “O aumento dos investimentos em sementes, fertilizantes e defensivos contribuíram para os bons resultados”, diz Pessôa.

Em termos de pragas, observou-se uma maior pressão, especialmente de percevejos e lagartas e uma redução da eficiência das biotecnologias, o que exigiu mais aplicações de inseticidas.

Reviravolta

Nos primeiros meses do ano, os analistas estavam preocupados com a expectativa de uma safra de milho (soma da safra verão com a safra inverno) de 97,4 milhões. Na época, os Estados Unidos (EUA) sinalizavam que plantariam mais milho e o consenso era de que o Brasil precisaria exportar, no mínimo, 31 milhões de toneladas para não ficar com estoques muito altos do cereal.

Mas as chuvas que impediram o plantio de milho nos EUA e a expectativa de uma menor safra ianque fizeram a conjuntura mudar. Segundo a Agroconsult, a produção brasileira de milho deve totalizar 101 milhões de toneladas este ano e as remessas ao exterior devem atingir 38 milhões de toneladas, um volume expressivo frente as 24 milhões exportadas no ano passado.

A produção brasileira de milho deve
totalizar 101 milhões de toneladas este ano

“Devido aos problemas climáticos, o preço do milho americano voltou a subir. Se for confirmada uma safra americana menor, os estoques dos EUA vão reduzir e o Brasil e Argentina têm muitas chances de comercializar mais milho para eles no ano que vem”, diz Pessôa.

Em termos de mercado interno, 2019 deve ser o primeiro ano que o consumo doméstico de milho vai ultrapassar a barreira de 60 milhões de toneladas – a expectativa é chegar a 62,8 milhões de toneladas, o que representaria uma alta de 5%. Se a previsão da Agroconsult se confirmar, o Brasil deve entrar em 2020 com estoques de 16 milhões de toneladas de milho, o mesmo patamar de anos anteriores.

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