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Capitão usa brasileiros vulneráveis contra centrão.

Josias de Souza

09/06/2019 02h39

Ao retardar na Comissão de Orçamento do Congresso a votação do projeto que libera crédito extra de R$ 248 bilhões para o governo, o centrão disse para Bolsonaro que agora a coisa ou vai ou racha. O capitão foi ao Twitter neste sábado para informar ao centrão que a coisa tem que ir, mesmo rachada. Do contrário, o Congresso ficará muito mal com os velhos, miseráveis, aposentados e agricultores.

Sem a aprovação, escreveu Bolsonaro, "teremos que suspender o pagamento de benefícios a idosos e pessoas com deficiências já no próximo dia 25. Nos meses seguintes faltarão recursos para aposentadorias, Bolsa Família, Pronaf [agricultura familiar], Plano Safra…".

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Em aliança tática com PT e PCdoB, o PL (pode me chamar de PVCN, Partido do Valdemar Costa Neto) obstruiu a votação do crédito que permitirá a Bolsonaro governar sem as pedaladas orçamentárias que derrubaram Dilma Rousseff. Foi como se a legenda do centrão declarasse para o presidente: "Se não negociar conosco, não permitiremos que realize os seus sonhos."

Ao pressionar o Legislativo esgrimindo o risco de faltar dinheiro para os brasileiros vulneráveis, Bolsonaro respondeu ao centrão no mesmo tom. Foi como se dissesse algo assim: "Se não liberarem o crédito extra, posso realizar os seus pesadelos."

A exemplo do que fizeram com outros presidentes da República, os partidos do centrão tentam arrastar Bolsonaro para o seu tabuleiro de xadrez. O grupo ainda não se deu conta. Mas meteu-se num jogo diferente. Sob Bolsonaro, os partidos jogam xadrez em cima de um sumidouro, com um presidente que se faz de maluco.

Após emparedar seus inimigos cordiais, Bolsonaro executou no Twitter algo muito parecido com um xeque-mate: "Acredito na costumeira responsabilidade e patriotismo dos deputados e senadores na aprovação urgente da matéria."

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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