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Professor da UnB ofereceu pontos extras a alunos que não participassem de manifestações

Por Pedro Alves e Wellington Hanna, G1 DF e TV Globo

Em uma lista de exercícios passada aos estudantes, o professor do Departamento de Estatística George Freitas von Borries afirma: “Os alunos que compareceram à aula do dia 15/5 também receberão cinco pontos adicionais na prova 2” (veja acima).

Estudantes acusam o professor de agir com postura ideológica e de tentar inibir a participação deles no protesto. Depois das reclamações, ele desistiu da pontuação extra.

 

Ao G1, George Freitas von Borries disse que “por não ter a intenção de constranger ou prejudicar nenhum dos alunos, retirou a possibilidade de pontuação extra pela presença na aula”.

Já a UnB afirmou à reportagem que soube do caso pela imprensa e que não recebeu queixa formal até o momento.

Lista de exercícios

A lista de exercícios foi repassada aos estudantes na quarta-feira, data das manifestações. No dia, houve paralisação de servidores e alunos da UnB por conta dos protestos.

Nesta quinta (16), o caso ganhou repercussão na comunidade acadêmica e nas redes sociais, com críticas à atitude do educador. Após a divulgação do caso, o professor enviou uma nova lista aos estudantes, na qual não faz menção a pontos extras a alunos que não tenham participado do ato na Esplanada dos Ministérios.

Em texto encaminhado aos alunos, von Borries afirma: “Destaco que não haverá pontuação extra no exercício e também não haverá pontuação extra para aluno que compareceu à aula do dia 15/05. Isto atente a reclamações postadas no Facebook (e infelizmente não feitas a mim) de alunos que viram na pontuação extra viés ideológico”.

Comentários polêmicos

Estudantes ouvidos pela reportagem afirmam que o professor é conhecido pelos comentários polêmicos contra minorias. Dizem ainda que ele costuma fazer declarações políticas na sala de aula e expor visão conservadora.

Questionado pelo G1, von Borries preferiu não comentar as acusações dos alunos.

A UnB, por sua vez, afirmou que “os docentes da instituição gozam de autonomia didático-científica e têm liberdade para conduzir suas aulas, em respeito ao princípio da liberdade de cátedra”. No entanto, segundo a universidade, a avaliação dos alunos tem que ser objetiva.

"O regimento interno da UnB estabelece que a nota do estudante levará em conta seu desempenho acadêmico, e não o mero comparecimento à aula em um dia específico.”

Protestos

Segundo a Polícia Militar, cerca de 6 mil pessoas participaram do protesto em Brasília contra bloqueio de verbas nas universidades federais. Os organizadores, por sua vez, falam em 50 mil.

 

Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhões, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Na UnB, esse bloqueio representou uma perda de quase R$ 40 milhões.

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Estudantes, professores e servidores do Distrito Federal se reúnem na Esplanada dos Ministérios em ato contra bloqueio de verbas anunciado pelo governo federal — Foto: Afonso Ferreira/G1

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir.

Por meio de nota, o MEC informou que "está aberto ao diálogo com todas as instituições de Ensino para juntos buscarem o melhor caminho para o fortalecimento do ensino no pais". Segundo a pasta, o ministro Abraham Weintraub recebeu diversos reitores de institutos federais e de universidades desde que tomou posse, em 9 de abril.

 

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