Publicidade da Previdência será dedicada a dúvidas da população
Concluída a primeira etapa da reforma da Previdência na Câmara com a aprovação de constitucionalidade, o governo prepara uma ofensiva publicitária para tentar conquistar apoio da população.
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro avaliam que para as próximas fases de votações será necessário um reforço no esclarecimento do que é o projeto a partir de dúvidas que os próprios cidadãos demonstrem ter.
Para isso, a primeira etapa da campanha —que deve ir ao ar na semana do dia 6 de maio— vai ter como mote "o governo não tem medo de perguntas".
As peças que serão veiculadas em canais de rádio e TV e nas redes sociais vão convidar a população a enviar ao governo suas principais dúvidas sobre o projeto que muda as regras de aposentadoria no país.
Serão criados canais para envio de perguntas, como por exemplo, pelo aplicativo de troca de mensagens WhatsApp.
O governo quer reforçar na comunicação o discurso de que com a reforma o sistema previdenciário do país se tornará mais igualitário.
Esse tom foi adotado por Bolsonaro em pronunciamento feito em rede nacional na noite de quarta (24).
Ele defendeu também que sem a reforma não sobrará dinheiro para que o governo invista em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança pública.
Entre as alterações previstas na PEC (proposta de emenda à Constituição) que tramita na Câmara, será elevada a idade mínima das mulheres de 55 para 62 anos e dos homens de 60 para 65.
Os principais pontos de resistência do Congresso são as medidas que tratam do BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos carentes, e a aposentadoria rural. O governo informou nesta quinta-feira (25) que esses pontos forem alterados, a economia com a aprovação do projeto cairá de R$ 1 trilhão para R$ 900 bilhões.
Bolsonaro, contudo, já admitiu um piso de R$ 800 bi para a economia com a reforma.
A meta da equipe de comunicação é colocar no ar a propaganda junto com o início do funcionamento da comissão especial da Câmara, segundo colegiado por onde a reforma passa na Câmara antes de ser enviada ao plenário.
O colegiado foi formado nesta quinta, mesmo dia em que o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) foi designado relator.
Como na próxima semana há um feriado do dia do trabalhador, as atividades legislativas devem ser suspensas e a primeira sessão da comissão deve ocorrer apenas na semana do dia 6 de maio.