O Ceará registrou uma média de 503,7 milímetros (mm) de chuvas no primeiro trimestre deste ano, 19,7% acima da normal do período (420,8 mm). Com as precipitações, a estrutura das rodovias acaba apresentando danos. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), seis rodovias federais foram principalmente afetadas durante esta quadra chuvosa. Conforme levantamento do O POVO, pelo menos cinco CEs também foram prejudicadas e dificultam o acesso entre municípios.

O Departamento Estadual de Rodovias (DER), responsável pelas rodovias estaduais, no entanto, não confirmou quais foram danificadas neste período de intensas precipitações ou estão em obras.

Dentre as estradas do Estado que foram interrompidas ou interditadas, atrapalhando o acesso a municípios e distritos, estão a CE-176, em Icaraizinho de Amontada; a CE-178, entre Santana do Acaraú e Sobral; a CE-163, que dá acesso à Praia de Mundaú, no município de Trairi; a CE-253, na altura da Ladeira da Pendenga, em Guaramiranga; a CE-085, que liga Caucaia e São Gonçalo do Amarante. A CE-163 chegou a ruir, deixando o acesso a Mundaú totalmente interrompido. O principal acesso a Icaraizinho de Amontada também ficou interditado, quando trecho da CE-176 cedeu. Em Guaramiranga, um deslizamento na encosta da CE-253 cortou o tráfego no último domingo, 31.

Dentre as vias federais danificadas, conforme o Dnit, estão a BR-116, na altura de Jaguaribe; a BR-122, entre Quixadá e Banabuiú; a BR-020, na Região dos Inhamuns; a BR-222, na altura de Tianguá; a BR-402, entre Cruz e Acaraú; e a BR-403, em Acaraú.

Segundo Líris Silveira Campelo Carneiro, Superintendente Regional do Dnit/CE, essas são as BRs "que mais foram afetadas por chuvas e sobrecargas dos caminhões". "Estamos concluindo as licitações para contratos novos de manutenção para tapar os buracos novos. Só temos como fazer os serviços com a paralisação das chuvas. A gente não está com nenhuma estrada interditada nem prejudicada a ponto de ser interditada", esclarece. Sobre o motivo dos estragos, ela aponta que "muitos caminhões trafegam com peso elevado".

Segundo ela, estão previstos R$52 milhões para obras de recuperação este ano. O orçamento é quase metade do valor gasto no ano passado, R$99 milhões. "Já é uma redução de contingência do Governo Federal. Não vai ser suficiente, a gente já comunicou que vai precisar de mais. À medida que for gastando, o departamento vai comunicando", explica.

Já o Departamento Estadual, em nota, informa que: "Todos os trechos danificados estão identificados e estão sendo recuperados. O DER realiza a conservação rotineira das estradas, com ações que incluem recuperação funcional e obras de restauração". E diz que "desde 2015, já foram restaurados 1.055 km de rodovia. Outros 234 km estão em obras".

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