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Camilo Santana e o seu grupo político-eleitoral

Em artigo sobre desenho do quadro político no Ceará, o sociólogo e consultor político Luiz Cláudio Ferreira Barbosa avalia as articulações do governador Camilo Santana. Confira:

O governador Camilo Santana (PT) deverá criar o seu próprio grupo político-eleitoral, nos próximos quatro anos. O primeiro passo foi a construção da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará. A maioria dos integrantes era do bloco do ex-senador Eunício de Oliveira, que saíram da oposição para apoiar a reeleição do governador: Danniel Oliveira (Eunício de Oliveira), Aderlânia Noronha (Genecias Noronha) e Patrícia Aguiar (Domingos Filho). Os camilistas puros são os seguintes parlamentares: Evandro Leitão e Fernando Santana. Os membros ciristas da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará: José Sarto e Leonardo Pinheiro.

O primeiro escalão do segundo governo (2019-2022) do governador Camilo Santana ainda mantém hegemonia do bloco político-partidário cirista-cidista (PDT-PP). O governador Camilo Santana (PT) deverá abrir um diálogo respeitoso e institucional com o novo bloco partidário oposicionista (PROS-PSL), sem a participação do senador Tasso Jereissati, como liderança oposicionista, pois o mesmo é aliado administrativo do Poder Executivo (Estadual). O deputado federal Capitão Wagner (PROS) deverá ser aliado institucional de Camilo Santana, em substituição ao ex-senador Eunício de Oliveira (MDB), na relação administrativa entre o Estado e a União.

O deputado federal Domingos Neto (PSD) e o deputado federal Genecias Noronha (SD) serão, aos poucos, absorvidos no novo projeto de hegemonia política-institucional do governador, nos próximos dois anos. Camilo Santana tentará ajudar os municípios, dos seus novos aliados, assim como os prefeitos ligados ao ex-senador Eunício. Esses fatos marcam o surgimento do embrião da corrente política cearense camilista.

O Partido Social Liberal (seção local no Ceará) não tem interesse na manutenção da frágil oposição feita pelo o senador Tasso Jereissati, no último pleito eleitoral ao Governo Estadual. O PSL apoiou a eleição do senador Luís Eduardo Girão (PROS), já declarou apoio à pré-candidatura do deputado federal Capitão Wagner à Prefeitura de Fortaleza, no próximo ano (2020).

Camilo Santana demonstrou enorme capacidade de transferência de votos no segundo turno da sucessão presidencial, para o seu candidato (Fernando Haddad) entre os eleitores fortalezenses. A neutralidade do governador na eleição de Fortaleza é o seu grande trunfo de negociação com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa / Sociólogo e consultor político /COM BLOG DO ELIOMAR

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