A chuva que caiu em 96 municípios do Ceará nesta sexta-feira, 19, trouxe o segundo maior volume do ano registrado em Fortaleza. Foram 93.6 mm observados no posto do Pici, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A maior chuva na capital, desde março de 2015, foi do último dia 21 de janeiro, quando foram registrados 95 mm. As chuvas, registradas entre as 7 horas da última quinta-feira, 18, e às 7 horas de sexta, foram provocadas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). “É um fenômeno típico da quadra chuvosa, que ocorre entre fevereiro e maio”, detalha o meteorologista Raul Fritz.

Em janeiro, período chamado de pré-estação chuvosa, o Ceará alcançou o dobro da média histórica do mês. O acumulado foi o maior dos últimos quatro anos para o mês, mas em fevereiro esse volume esteve reduzindo significativamente.

Segundo Fritz, a redução ocorre devido à intensidade do El Niño e aos baixos níveis de variação da temperatura do oceano Atlântico. “A forma como o oceano está se apresentando, em termos de temperatura, indica essa tendência de chuva abaixo do acumulado da média na estação chuvosa”.

O oceano mais quente, abaixo da linha do Equador, influencia para a ocorrência de mais chuvas. “Mas a maior influência desses fenômenos deve ser a partir de março”, completa Fritz.

Trânsito

A Autarquia de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) informou que não foi acionada para nenhuma ocorrência de alagamento, durante a manhã desta sexta. Três semáforos apresentaram falhas e ficaram apagados, mas foram normalizados. Foram eles: rua Sebastião de Abreu, próximo ao Iguatemi; cruzamento da Otávio Lobo com Bento Albuquerque; e Carolina Sucupira com Henrique Sabóia.

Maiores chuvas

Fortaleza teve a maior chuva do Ceará nesta madrugada, ainda conforme os dados da Funceme. Em seguida, registraram os maiores volumes: Acaraú (81.3 mm), Uruoca (70 mm), Granja (56 mm), Martinópole (52 mm), Pentecoste (48.6 mm), Ibiapina (46.5 mm) e Senador Sá (45 mm).

O relatório de monitoramento diário dos açudes do Estado, feito pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), mostra que não houve aporte significativo nos reservatórios. Apenas o açude de Caldeirões, em Saboeiro, está sangrando.

Ao todo, 130 açudes estão com volumes inferiores a 30%. Além do açude Caldeirões, dois açudes estão com volume acima de 90%: Trici (em Tauá) e Colina (em Quiterianópolis). COM CEARAAGORA