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Mito derretendo - CARLOS ALBERTO DI FRANCO

PT derretendo (Foto: Arquivo Google)

Os defeitos pessoais e as limitações humanas dos homens públicos, inevitáveis e recorrentes como as chuvas de verão, não matavam a política. Hoje, no entanto, assistimos ao advento da pornopolítica e ao avanço de um inclemente deserto de liderança. A vida pública, com raras e contadas exceções, transformou-se num espaço mafioso, numa avenida transitada por governantes corruptos, políticos cínicos e gangues especializadas no assalto ao dinheiro público. O projeto de poder, estrategicamente implantado por Lula, rendeu bons resultados aos seus líderes: muito poder e muito dinheiro. Não contaram, no entanto, com três fatores complicadores: a força inescapável da realidade econômica, o papel da liberdade de imprensa e a independência das instituições. A política econômica populista, que, como hoje se constata, não tinha possibilidade de se sustentar, provocou a catastrófica crise que maltrata o Brasil, reduziu a pó o capital político do PT e transformou Lula num náufrago que se agarra à miragem de sua candidatura em 2018. Não vai funcionar. Lula é um manipulador, mas tudo tem limites. Esgotou-se sua capacidade enrolar. A imagem produzida de herói do povo brasileiro desabou pela força dos fatos no despenhadeiro da decepção. As recentes notas do Instituto Lula a respeito dos imbróglios imobiliários do ex-presidente, carregadas de flagrantes incoerências, só reforçam as suspeitas contra Lula e a sua promiscuidade com empresários corruptos. A população está revoltada. Sente a mordida da traição populista: corrupção assombrosa, desemprego, inflação, saúde que definha nos corredores da morte do SUS. Recente pesquisa do Instituto Ipsos confirma a percepção. Na avaliação do presidente do Instituto, Cliff Young, a pesquisa demonstra que o PT deixou de ser considerado o partido dos pobres para se transformar na legenda dos corruptos: 71% dos entrevistados consideram o partido de Lula o mais corrupto entre todos. De tal modo que a preferência popular pelo PT, que era de 28% em 2002, ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez, caiu para 6%, depois de o partido ter permanecido 13 anos no poder. O mito está derretendo.

A liberdade de imprensa, tão execrada pelos caciques bolivarianos, está cumprindo sua missão. O jornalismo, sem as mordaças que alguns defendem e livre de quaisquer tentativas de cooptação, tem um papel decisivo no processo de recuperação do Brasil. Lula não consegue mais esconder seus dragões interiores:  está desesperado com o avanço da Lava Jato. 

Os brasileiros trabalhadores e honrados olham com crescente esperança para as instituições da República. Lula e Dilma frequentemente exaltam o mérito do governo de estar investigando a corrupção “pela primeira vez na História do Brasil”. Cinismo emblemático! Em primeiro lugar, amigo leitor, o governo não está apurando nada. Ao contrário. Está sendo investigado. A Operação Lava Jato vai compondo um quadro de corrupção que arranhou gravemente a história, a saúde financeira, a marca e o futuro de um ícone do Brasil: a Petrobrás. Lula e Dilma, queiram ou não, estão no olho do furacão.

O panorama de ampla, geral e irrestrita bandalheira escancarado pela divulgação diária de novas e escandalosas pilhagens, acordos e chantagens coloca o Brasil diante do risco da banalização da safadeza, que pode matar a indignação, destruir a esperança e gerar um indesejável fatalismo. É isso, caro leitor, que a bandidagem quer. Mas é isso que você, brasileiro honrado, não pode aceitar.

A crise econômica e política é gravíssima. Mas a sua raiz é ética e moral. O espaço público é um deserto de princípios, de valores e de grandeza. Virar o jogo não depende de salvadores da pátria, mas de trabalho, honestidade e competência. A democracia tem o melhor remédio: o voto. O Brasil vai ganhar o jogo.  O ESTADO DE SP

 

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