Delator de Gleisi incrimina líder do governo, ex-ministro Carlos Gabas e ex-presidente da Câmara
O ex-vereador petista Alexandre Romano, conhecido como Chambinho e delator da senadora petista Gleisi Hoffmann, listou em seus depoimentos de colaboração à Justiça como petistas das mais diversas matizes - de um então ministro de Estado ao atual líder do governo na Câmara dos Deputados - embolsaram dinheiro e receberam benesses a partir de favores políticos e desvio de recursos em estatais. A força-tarefa da Operação Lava Jato escancarou o esquema de corrupção instalado na Petrobras, mas os tentáculos do propinoduto chegaram a outras esferas da administração pública, como estatais do setor elétrico, os Correios, empresa que já tinha sido o estopim do escândalo do mensalão, e instituições financeiras, como o Banco do Nordeste.
O bilhete que liga o doleiro a Dilma - ISTOÉ
No dia 29 de abril de 2014, quando começou a atuar como informante da Polícia Federal, a contadora de Alberto Youssef, Meire Poza, forneceu à Lava Jato uma série de documentos recolhidos por ela nos escritórios do doleiro. Um deles, se divulgado à época, poderia ter efeito devastador sobre a campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Trata-se de um bilhete escrito de próprio punho pelo doleiro em que ele menciona a presidente. No alfarrábio, o nome de Dilma aparece próximo a valores.
O esquema Erenice - ISTOÉ
Além de fornecer um dossiê explosivo sobre as tentativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff para tentar barrar as investigações da operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), revela, em acordo de deleção premiada, um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina de Belo Monte. As informações estão dispostas no anexo sete da delação, obtido por ISTOÉ na quarta-feira 9.
As revelações dos empreiteiros - ISTOÉ
Nas últimas semanas, foram intensificadas as tratativas entre os executivos Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro, do OAS, para uma delação conjunta. Se revelarem tudo o que sabem sobre os meandros do poder e sua relação com o esquema do Petrolão, certamente seus depoimentos terão o potencial de abalar a República. Enquanto OAS e Odebrecht avaliam o que têm a delatar, executivos da Andrade Gutierrez estão praticamente finalizando sua colaboração. Segundo investigadores da Operação Lava Jato ouvidos por ISTOÉ, os dirigentes da empreiteira revelaram detalhes do caixa dois na campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff, quando se reelegeu para o atual mandato.
Um país indignado - ISTOÉ
Duas palavras que assombram os brasileiros há algum tempo ganharam mais força nas últimas semanas. Crise e corrupção nunca foram expressões tão cotidianas. O avanço das investigações da Operação Lava Jato, encabeçada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e o Poder Judiciário desvenda um emaranhado assustador que eleva a perplexidade e a indignação à mais alta potência. A sensação se soma ao temor pelo colapso econômico. O número de desempregados chegou ao nível recorde de nove milhões, paralisando setores fundamentais.
Pesquisa aponta que 55% não veem exagero da Lava Jato
Pesquisa telefônica feita pelo Ideia Inteligência encontrou 58% de pessoas que não concordam que a Lava Jato tenha exagerado ao deter Lula para interrogatório na semana passada. Os que acham que houve exagero somaram 22%, e os que ficaram no “muro” - nem concordam nem discordam - são 20%. O instituto ouviu 10 mil brasileiros entre domingo e terça-feira, 8. Os resultados foram apresentados em seminário no Wilson Center, em Washington (EUA).´.