Tasso diz que 'caminhamos para ingovernabilidade' e cita Maia para 'travessia'
Julia Lindner, O Estado de S.Paulo
06 Julho 2017 | 18h21
BRASÍLIA - O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) fez um aceno nesta quinta-feira, 6, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma eventual sucessão do presidente Michel Temer. Caso a denúncia contra o peemedebista seja aceita pelos deputados e ele seja afastado do cargo, Maia assumiria provisoriamente o cargo por até 180 dias até o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o caso.
Articulação para Maia virar presidente cresce na Câmara
As articulações para Rodrigo Maia (DEM-RJ) substituir Michel Temer no Palácio do Planalto ganharam corpo na base governista e já foram discutidas inclusive na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília. A denúncia apresentada contra Temer por corrupção passiva e o rápido derretimento do capital político do governo mudaram o comportamento de Maia nos bastidores e levaram a classe política a enxergar no presidente da Câmara, primeiro na linha sucessória, um potencial novo centro de poder do país.
Risco de afastamento de Temer faz Eduardo Cunha acelerar delação
A possibilidade de Michel Temer ser afastado da Presidência da República também pesou para que Eduardo Cunha decidisse acelerar a negociação para fazer colaboração premiada. Delatar supostos crimes do presidente e de seus ministros teria hoje valor muito maior do que depois de uma eventual saída deles do governo.
ACELERA, CUNHA
Caso seja fechado nos próximos dias, o acordo de delação de Cunha terá sido feito em tempo praticamente recorde. Até meados de junho ele ainda não tinha contratado um advogado específico para tocar a negociação. O ex-ministro Antonio Palocci, por exemplo, fez isso em abril e até esta quinta (6) não tinha formalizado acordo com a Operação Lava Jato.
Após megarroubos, tribunal elimina depósito de armas das comarcas em S
Após a ocorrência de dois megarroubos seguidos de armamentos em comarcas de São Paulo, o Tribunal de Justiça do Estado pôs fim ao seu depósito de armas. A medida era apontada por especialistas em segurança pública como a única capaz de inibir os crimes nos espaços da Justiça. O próprio presidente do tribunal, Paulo Dimas Mascaretti, disse em entrevista à Folha que os fóruns "não eram depósitos de armas."
TASSO ADMITE QUE DELAÇÃO DE CUNHA LIQUIDA TEMER E DEFENDE MAIA
Num cenário em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ganha cada vez mais evidência como provável substituto de Michel Temer, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou nesta quinta-feira 6 que o governo "caminha para a ingovernabilidade", assim como avalia que ocorreu com Dilma Rousseff pouco antes do impeachment; se Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fizer delação, "não tem o que discutir mais", avalia; para o tucano, há "várias opções" de nomes para a "travessia", caso Temer caia; "Se vier um afastamento pela Câmara, ele (Maia) é presidente por seis meses. Se Temer renunciasse já seria diferente, mas, se passar a licença para a denúncia, aí ele (Maia) é presidente por seis meses e tem condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara, de juntar os partidos ao redor com um mínimo de estabilidade para o País" BRASIL 24-7
Joesley omitiu em delação negócio bilionário com as bênçãos de Palocci
A delação premiada do empresário Joesley Batista, pivô da crise que abala o governo Michel Temer, pode ser questionada pela Procuradoria-Geral da República porque o acionista da JBS teria omitido negócio bilionário do grupo realizado sob as bênçãos do ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). Segundo revelou o site O Antagonista, Joesley firmou contrato com Palocci, com cláusula de êxito, depois que a JBS adquiriu a empresa americana Pilgrim’s, Pride Corporation com aporte bilionário do BNDES. A informação foi confirmada pelo Estado.