Bolsonaro adota ‘tática petista’ e inquieta aliados..
Aliados de Jair Bolsonaro no Congresso estão incomodados com a evolução das investigações que correm no Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro. Atribuem o incômodo a duas razões: 1) A incapacidade do presidente da República de se dissociar do drama do filho; 2) A semelhança entre a estratégia adotada pela família Bolsonaro e o que chamam de "tática petista".
A exemplo do que fizeram Lula, Dilma e o petismo, Bolsonaro e seu filho atribuem as investigações a uma "perseguição política". Nessa versão, Flávio seria mero instrumento de uma cruzada para desgastar o governo do pai. Nas palavas de um parlamentar do PSL, "o prazo de validade desse tipo de discurso diminui depois que a Justiça autoriza a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados."
Start-up vence concurso da Nasa e vai oferecer ‘casa marciana’ no Airbnb
RIO - Os planos da agência espacial americana para a exploração de Marte incluem o envio dos primeiros astronautas na década de 2030, mas o sucesso dessa empreitada exige o desenvolvimento de novas tecnologias. Entre elas estão foguetes mais potentes, propulsão a energia solar, espaçonaves capazes de suportar a vida por longos períodos e, por que não, técnicas de construção. A viagem ao planeta vermelho é longa e demorada, por isso é essencial a preparação de alguma infraestrutura em solo marciano antes do primeiro desembarque.
— É Marte, não a Lua. Na Lua você chega em dois dias, para Marte são seis meses para ir e seis meses para voltar — explica o arquiteto David Mellot, diretor executivo da start-up AI Space Factory, que acaba de vencer um concurso promovido pela Nasa para selecionar o melhor projeto de construção de habitats em Marte. — Para ajudar a sobrevivência dos astronautas, é preciso construir alguma infraestrutura antes da chegada, como casas para eles se abrigarem e um campo de pouso.
O que parece trivial exige soluções que ainda não existem. Construir edificações sem o trabalho humano ainda é um desafio, mesmo na Terra. Na competição, a Nasa pediu projetos para a construção de uma casa usando impressão 3D, com materiais disponíveis no planeta vermelho. A proposta apresentada pela Space Factory usa uma mistura de fibra de basalto, facilmente extraída de rochas marcianas, e um bioplástico renovável, processado a partir de plantas que podem ser cultivadas em Marte.
— É inviável enviar materiais de construção ou peças pré-moldadas para Marte em uma espaçonave. O custo seria proibitivo — diz Mellot. — Em vez disso, a Nasa propõe enviar dois robôs, um para coletar materiais e outro para construir.
Prêmio de US$ 500 mil
Na final do concurso 3D Printed Habitat Challenge, a start-up novaiorquina bateu uma equipe formada por professores e estudantes da Universidade Estadual da Pensilvânia e levou um prêmio de US$ 500 mil, além da oportunidade de continuar desenvolvendo seu projeto em parceria com a Nasa. Os dois times tiveram 30 horas, dividedas ao longo de três dias, para construir a estrutura exterior da habitação. O projeto Marsha, da Space Factory, foi considerado o vencedor após a análise de quatro quesitos: mistura do material, vazamentos, durabilidade e resistência.
Antes de chegar a Marte, os equipamentos serão testados em laboratório na Terra e na Lua. Segundo o cronograma de Mellot, este ano devem começar os primeiros testes com o material usado para a impressão. A mistura de basalto e bioplástico precisa ter suas características físicas avaliadas em situação de frio extremo, no vácuo e com gravidade zero. A maquinaria deve ser testada em ambientes hostis semelhantes à superfície de Marte, como os desertos terrestres. Com os testes em Terra finalizados, o equipamento deverá ser enviado para levantar construções na Lua, sob a supervisão de astronautas. Só depois os robôs construtores serão enviados para Marte.
Enquanto isso, a start-up pretende aplicar a tecnologia desenvolvida para a exploração espacial na construção sustentável de casas na Terra. O módulo Marsha, construído no desafio da Nasa, foi desmontado para que as partes sejam reutilizadas na construção do Tera, uma habitação de 75 metros quadrados e três andares, que será erguida em Nova York nos próximos meses.
— O Tera vai exibir nossa tecnologia. Por alguns meses, queremos receber visitantes interessados em conhecer essa tecnologia espacial de construção. No início do ano que vem, quem vier para Nova York poderá se hospedar no Tera usando o Airbnb — promete o arquiteto.
Projeto será erguido em outras cidades
A ideia é que a construção não seja permanente, mas que o Tera seja desmontado e reciclado para ser erguido em outras cidades. Com duas décadas de experiência em projetos de arranha-céus — entre eles o Ping An Finance Center em Shenzhen, na China, o quarto maior edifício do mundo —, Mellot defende que a indústria da construção civil seja repensada para modelos mais sustentáveis. A produção de cimento, presente no concreto, responde por 8% das emissões globais de dióxido de carbono, gás responsável pelo aquecimento global.
— Não faz mais sentido construções para durar cem, 200 anos. Hoje, quando um casal tem filhos e deseja uma casa maior, precisa se mudar. Com a impressão 3D, poderia apenas adaptar — defende Mellot. — E se precisar se mudar, pode desmontar a casa e aproveitar o material para construir em outro lugar.
No início, os custos serão mais altos que os do concreto, mas, caso a tecnologia seja adotada em escala, os preços tendem a cair. Por outro lado, as construções serão mais rápidas e exigirão menos trabalho humano. E podem aproveitar produtos agrícolas locais como matéria-prima. No projeto Marsha, a start-up produziu o bioplástico a partir do milho, mas no Brasil, por exemplo, o polímero pode ser obtido da cana-de-açúcar.
— Acredito que todos têm direito a uma vida confortável, mas é preciso encontrar soluções sustentáveis — diz Mellot. — A tecnologia espacial pode ser uma das soluções para esse problema. o globo
Novata na Câmara, Tabata Amaral rejeita polarização entre esquerda e direita
BRASÍLIA — Para bolsonaristas radicais, Tabata Amaral (PDT-SP) é uma “comunista financiada por George Soros”, o bilionário húngaro que “comanda a pauta de globalistas”. Para petistas mais extremados, é uma “vendida a Sergio Moro e João Doria”, por ter mantido um diálogo civilizado com o ministro da Justiça e o governador de São Paulo. É assim que a deputada de 25 anos, principal aposta do PDT para a prefeitura de São Paulo no ano que vem, resume a polarização em torno de sua atuação legislativa. Para Tabata, favorável a uma reforma da Previdência — não necessariamente a que foi proposta pelo governo —, a tentativa dos polos de enquadrá-la numa forma ideológica é um emblema do clima político conflagrado do país.
Eleita com 264 mil votos, Tabata se tornou influenciadora nas redes sociais durante a campanha do ano passado. Seu alcance foi amplificado após a deputada questionar diretamente o então ministro da Educação, Vélez Rodrigues, no fim de março, sobre seus planos e metas para a pasta. Durante a sabatina com o novo ministro, Abraham Weintraub, na semana passada, a Câmara ficou em silêncio para ouvir suas perguntas.
Bolsonaro chama manifestantes pela educação de ‘pessoalzinho’
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os manifestantes que foram às ruas de mais de 200 cidades do país na última quarta-feira contra os cortesque seu governo está fazendo no orçamento para a educação. Falando enquanto cumprimentava um grupo de estudantes na porta do Palácio da Alvorada na noite deste sábado, ele atribuiu os protestoscom a participação de centenas de milhares de pessoas a um “movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba”, “uma minoria que manda na escola” e que “nem sabe o que vai fazer na rua”.
O presidente também voltou a chamar os manifestantes de “idiotas úteis”, dizendo que o “pessoal” dele esteve na rua e constatou que “a molecada” nem sabia o que estava fazendo em meios aos protestos. — É massa de manobra dos espertalhões de sempre, do pessoal que quer voltar ao poder — afirmou. Os reitores de universidades públicas também entraram na mira de Bolsonaro, que repetiu uma crítica reiterada nos últimos dias pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que autonomia universitária não se confunde com “soberania”.
— Hoje em dia, parece que eles (reitores) têm, na verdade, autonomia total, soberania. Têm que prestar as contas do que está acontecendo — disse.
A ameaça de Bolsonaro - o estado de sp
18 de maio de 2019 | 05h00
O presidente Jair Bolsonaro considera impossível governar o Brasil respeitando as instituições democráticas, especialmente o Congresso. Em sua visão, essas instituições estão tomadas por corporações – que ele não tem brio para nomear – que inviabilizam a administração pública, situação que abre caminho para uma “ruptura institucional irreversível” – conforme afirma em texto que fez circular por WhatsApp ontem, corroborando-o integralmente, como se ele próprio o tivesse escrito.
Ao compartilhar o texto, qualificando-o de “leitura obrigatória” para “quem se preocupa em se antecipar aos fatos”, Bolsonaro expressou de maneira clara que, sendo incapaz de garantir a governabilidade pela via democrática – por meio de articulação política com o Congresso legitimamente eleito –, considera natural e até inevitável a ocorrência de uma “ruptura”.
Bolsonaro divulga texto de autor desconhecido que fala num Brasil ‘ingovernável’ fora de conchavos
17 de maio de 2019 | 13h13
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro distribuiu, na manhã desta sexta-feira, 17, em diversos grupos de WhatsApp um texto de “autor desconhecido” que trata das dificuldades que ele estaria enfrentando para governar. O texto diz que o presidente está sofrendo pressões de todas as corporações, em todos os Poderes e afirma que o País “está disfuncional”, não por culpa de Bolsonaro, mas que “até agora (o presidente) não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou”.
Procurado pelo Estado para comentar sobre a mensagem, o presidente respondeu por meio do porta-voz: “Venho colocando todo meu esforço para governar o Brasil. Infelizmente os desafios são inúmeros e a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas. Quero contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação e colocarmos o País de volta ao trilho do futuro promissor. Que Deus nos ajude!”
Ao compartilhar o texto, o presidente escreveu: “Um texto no mínimo interessante. Para quem se preocupa em se antecipar aos fatos sua leitura é obrigatória. Em Juiz de Fora (06/set/2018), tive um sentimento e avisei meus seguranças: Essa é a última vez que me exporei junto ao povo. O Sistema vai me matar. Com o texto abaixo cada um de vocês pode tirar suas próprias conclusões.”