Licença para matar - Eliane Cantanhêde, O Estado de S. Paulo
05 de maio de 2019 | 05h00
O número de mortos pela polícia no Brasil aumentou 18% neste trimestre, em relação ao ano passado. Em São Paulo, 8%. No Rio, 439 vítimas, o maior número em 20 anos. Esse resultado não é à toa. Reflete o ambiente e a apologia oficial a favor das armas, do recrudescimento policial, da expansão do “excludente de ilicitude” (dispensa de punição para crimes em circunstâncias específicas).
A primeira ação concreta do presidente Jair Bolsonaro foi propor leis para flexibilização de posse de armas, cumprindo uma estridente promessa de campanha e fazendo a festa no comércio de revólveres pelo País afora. E é inesquecível a entrevista do governador Wilson Witzel ao Estado, em que ele confirmou o uso de “snipers” (atiradores de elite) e defendeu abater qualquer um que portar fuzis: “É mirar a cabecinha e... fogo!” Ressuscitou o velho “bandido bom é bandido morto”.
Em um país com desemprego de 13%, sobram vagas na área de tecnologia
05 de maio de 2019 | 05h00
Para encontrar um profissional para seu time de desenvolvedores, a fintech Warren, de Porto Alegre, foi longe: após meses de procura, contratou um funcionário que trabalha de casa, em Sinop, polo do agronegócio de Mato Grosso, a 3 mil km de distância. O caso ilustra como o setor de tecnologia se descolou da realidade do mercado de trabalho brasileiro. Em um país de 13,4 milhões de desempregados, ou 12,7% da força de trabalho, o segmento tem no momento 5 mil vagas abertas apenas em startups (empresas nascentes). Considerado todo o ecossistema de tecnologia, as companhias poderiam abrir até 70 mil novas vagas em 2019 – meta que deve ficar longe de ser cumprida por falta de mão de obra capacitada. Veja como se preparar para as oportunidades no setor de tecnologia.
A abertura de empregos no setor é turbinada por várias frentes. Uma delas é a criação de novas empresas de tecnologia. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), apenas entre janeiro e abril deste ano, nada menos que 2 mil empresas foram fundadas nesse setor. Até dezembro, mais 3 mil podem começar a operar. Do lado dos negócios mais maduros, aponta a Brasscom, que reúne companhias de tecnologia da informação, a demanda de transformação digital em diversos negócios pode garantir que a receita do setor dobre até 2024, somando R$ 200 bilhões. Para chegar a essa cifra, as companhias vão precisar de 420 mil trabalhadores até 2024, segundo o presidente executivo da associação, Sérgio Paulo Gallindo.
Falta do cinto de segurança é a terceira infração mais comum nas rodovias
O uso do cinto de segurança é obrigatório no Brasil há mais de 20 anos. Mesmo assim, muitos motoristas e passageiros ignoram a importância dele, inclusive no banco de trás.
A falta do cinto de segurança é a terceira infração mais comum nas rodovias brasileiras. Só em 2018, a Polícia Rodoviária Federal multou 170 mil pessoas por isso. No primeiro trimestre de 2019, foram 42 mil, mais do que no mesmo período de 2018.
São 13% os motoristas que não usam o cinto regularmente. Quando se trata do passageiro do banco da frente, o número sobe para 15%. Já entre os passageiros do banco de trás, mais da metade nem se lembra do equipamento de segurança.
A reforma da Previdência e o Brasil que queremos
A reforma da Previdência continua no centro do debate político brasileiro. Recentemente, o FMI divulgou dados mostrando que, em 2018, o Brasil perdeu participação global pelo sétimo ano consecutivo, passando de 7º para 8º lugar no ranking das economias mundiais. Para além dessa queda, a preocupação dos economistas é a nossa falta de crescimento econômico.
No entanto, essa questão envolve uma reflexão de múltiplas dimensões. E é Christine Lagarde, diretora administrativa do próprio FMI, quem alerta, em artigo à revista Economist, sobre o papel dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que se justapõem às responsabilidades do FMI, na medida em que afetam o crescimento financeiro sustentável e inclusivo.
Ao destacar o aumento das desigualdades dentro dos países, Christine destaca: "A desigualdade enfraquece a ideia de uma sociedade meritocrata, em que uma pequena minoria ganha acesso aos muitos benefícios tangíveis e intangíveis, necessários para estar à frente, seja na educação, no enriquecimento cultural ou em boas conexões. Essa exclusão, pela qual a desigualdade de resultados se alimenta da desigualdade de oportunidades, fere a produtividade, porque priva a economia das habilidades e dos talentos daqueles que são excluídos".
Sem dúvida, o país precisa de uma reforma da Previdência que leve ao equilíbrio das contas públicas e a um ambiente de negócios estável e confiável para que a economia encontre condições para crescer.
Chuvas encerram ciclo de estiagem e dão origem a 'seca verde' no sertão
Em caminhos por onde um dia passaram Antônio Conselheiro e seus beatos, José Alves da Silva, 64, surge em meio a uma estrada de terra na zona rural de Canudos, a 410 km de Salvador.
Usando chapéu e gibão de couro, ele vem montado em um cavalo também encourado. Ao seu lado, plantações de bananas emolduram a paisagem na qual predomina o verde. Acima, nuvens escuras escondem o forte sol do sertão
Depois de sete anos de estiagem, o semiárido nordestino registrou entre novembro do ano passado e abril de 2019 um volume de chuvas que chegou ao patamar da média histórica da região.
O semiárido tem dois regimes de chuvas. Na área mais ao sul, que inclui predominantemente a Bahia, elas acontecem entre novembro e fevereiro. No trecho mais ao norte, onde fica o Ceará e oeste de Pernambuco, a água cai entre fevereiro e maio.
Vereadores estão incomodados com assessor do prefeito Roberto Cláudio
Uma das estratégias do PDT para a sucessão é preparar chapas fortes na eleição proporcional para a Câmara Municipal. O prefeito garante que quer lançar nomes da gestão para o embate, mas há insatisfação entre alguns parlamentares aliados.
Há um clima de total indefinição entre os vereadores, por conta do fim das coligações proporcionais. A preço de hoje, poucos partidos têm, na Capital, condição de formar uma chapa forte de vereadores, um deles é o próprio PDT. Os demais ainda aguardam uma definição de como será a montagem.
Muitos admitem mudar de partido até outubro. Um deles é o líder do prefeito, Ésio Feitosa, ao PDT. Vereadores experientes consideram que só os grandes partidos sobreviverão no ano que vem.