Haddad e Ciro ficam atrás de Lula como opções de esquerda, mostra pesquisa
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) ficam atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como alternativa de esquerda para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro ou seu ministro Sergio Moro em uma eventual disputa presidencial em 2022.
O pedetista não consegue passar de 11% em cenários de primeiro turno, votação próxima à que obteve em 2018 e que não foi suficiente para leva-lo ao segundo turno. Já Haddad até consegue número parecido ao de Lula quando a disputa é com Bolsonaro, mas perderia para Luciano Huck e Moro. VEJA
Projeções para 2022, o julgamento sobre segunda instância e a crise no PSL
A revista VEJA trouxe na edição desta semana um levantamento exclusivo com projeções de como seriam alguns cenários sobre as eleições presidenciais em 2022. O principal destaque é que o ex-presidente Lula ainda é o principal nome da esquerda contra Jair Bolsonaro. Na simulação, Lula perderia por 46% a 38%. Os dados mostram também que o atual presidente perderia para Sergio Moro e ganharia por pouco de Luciano Huck em um hipotético segundo turno.
Ricardo Noblat avalia que a possível libertação de Lula é o melhor dos cenários para Jair Bolsonaro. Com isso, o atual presidente poderá manter o seu discurso de ameaça esquerdista. Mas tudo depende de qual Lula sairá da cadeia, o paz e amor ou um mais disposto ao ataque.
Dora Kramer concorda que a saída do petista da cadeia é favorável a Jair Bolsonaro. Mas ela avalia que Lula ainda é o nome mais forte da esquerda simplesmente porque é o único nome da esquerda.
Augusto Nunes lembra que ainda é cedo para projetar as próximas eleições presidenciais. Ainda não é possível dizer que Lula será candidato, por exemplo. E isso mostra a ausência de opções do PT. O líder populista não criou um sucessor e parece não fazer questão de ganhar a eleição com outro nome que não seja o dele mesmo.
Os colunistas de VEJA também comentam o início do julgamento sobre prisões após segunda instância no STF e a crise interna no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. VEJA
A Divisão do PSL eleva poder de Maia e centrão...
Num instante em que Jair Bolsonaro dedica-se a estilhaçar a unidade do seu PSL, o ministro Paulo Guedes (Economia) negocia com o Congresso a pauta de propostas econômicas para a fase posterior à reforma da Previdência. Dissemina-se entre os líderes partidários a avaliação de que o racha no PSL deixará o governo ainda mais dependente do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e das legendas que integram o chamado centrão.
Guedes reuniu-se nesta quinta-feira com Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Conversaram sobre a pauta de propostas econômicas para a fase posterior à reforma da Previdência, prestes a ser concluída no Senado. Planejam fazer avançar pelo menos três temas encrespados: reforma administrativa, reforma tributária e revisão do chamado pacto federativo. Guedes revelou interesse por um quarto item: redução das despesas lançadas como obrigatórias no Orçamento da União. O ministro ficou de entregar suas propostas até a semana que vem.
Em conversa com o blog, um líder de partido do centrão ironizou a posição de Bolsonaro. Na noite de quarta-feira, disse ele, todos imaginavam que o presidente rodava o filme 'PSL em Transe'. Na manhã de quinta, prosseguiu o líder, descobriu-se que o título do filme era outro. Algo como 'Querida, encolhi minha autoridade…'
Na fita sobre o transe partidário, que ficou pela metade, Bolsonaro exibiria musculatura política, acomodaria o filho Eduardo na liderança do PSL e iniciaria um processo de ocupação que levaria à chave do cofre da legenda. No filme sobre o encolhimento da autoridade presidencial, que acabou prevalecendo, o capitão foi grampeado pedindo apoio para destituir o líder do seu partido, o Zero Três foi derrotado. Pior: o líder que se pretendia destituir, Delegado Waldir, foi gravado chamando Bolsonaro de "vagabundo" e prometendo "implodir o presidente".
Antes, os 53 deputados do PSL fechavam com o Planalto. Os votos da legenda funcionavam como um "colchão de segurança" para o governo. Agora, o presidente desperdiça tempo e energia numa articulação para obter o apoio dos 27 deputados necessários à ascensão do filho ao posto de líder. Se conseguir, terá de administrar uma bancada em pé de guerra. Se perder, a autoridade presidencial vai caber numa caixa de fósforos.
Em qualquer hipótese, Bolsonaro estará mais dependente do centrão e de Rodrigo Maia, líder informal do grupo. Dito de outro modo: quem ditará a ordem, o ritmo e o preço das votações serão Maia e os líderes da banda arcaica do Legislativo.
Bolsonaro encosta a ‘nova política’ no velho MDB..
Na campanha presidencial, Jair Bolsonaro tratou a política como se fosse a segunda profissão mais antiga do mundo. Na Presidência da República, Bolsonaro se esforça para demonstrar que ela se parece muito com a primeira. Candidato, Bolsonaro vendeu-se como opção antissistema. Presidente, o capitão acerta-se com o MDB, um partido sistêmico o bastante para ser a favor de tudo ou absolutamente contra qualquer outra coisa, desde que suas pulsões vitais sejam atendidas.
Em meio ao arranca-rabo com o PSL, Bolsonaro decidiu destituir a ex-amiga Joice Hasselmann do posto de líder do governo no Congresso. Substituiu a correligionária pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). O novo preposto do presidente no Legislativo fará dobradinha com o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado.
Decisão do STF sobre Coaf limita apurações de lavagem e corrupção, diz órgão internacional
A decisão de Dias Toffoli de restringir o uso dos relatórios do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) — atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF) —em investigações levou o principal órgão internacional de prevenção à lavagem de dinheiro, o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), a expressar preocupações sobre a capacidade do Brasil de combater esse crime.
Em julho, Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e impediu que a polícia e o Ministério Público usem dados do Coaf sem autorização da Justiça.
Na ocasião, ele determinou que todos os processos que discutem provas obtidas pelo Coaf sem autorização judicial devem esperar decisão definitiva da Corte. O julgamento que vai analisar o tema está marcado para novembro.
"O uso da inteligência financeira pelas autoridades competentes em suas investigações preliminares é um requisito básico nos padrões do Gafi. É por isso que estamos com esse tema no Brasil. Nós parabenizamos pelo pelos progressos desde o último relatório, mas este é um fato novo [decisão de Toffoli] e nós vamos acompanhar de perto", completou o presidente do órgão.
O gabinete de Toffoli argumenta que o ministro suspendeu o uso de dados detalhados de informações do Coaf, mas que dados globais podem ser compartilhados sem aval da Justiça, e que o julgamento está marcado para o dia 21 de novembro.
Bolsonaro inicia neste sábado viagem de 2 semanas para 5 países da Ásia e do Oriente Médio
O presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18) durante cerimônia comemorativa do Dia do Aviador e da Força Aérea — Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro embarca na noite deste sábado (19) para uma viagem internacional de quase duas semanas. O roteiro inclui Japão, China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita. O retorno a Brasília está previsto para o dia 31.
Segundo o governo, o giro por Ásia e Oriente Médio tem o objetivo de intensificar relações com países das regiões e de divulgar oportunidades de investimentos no Brasil, como o programa de concessões e privatizações, o PPI.
A viagem também busca ampliar as vendas de produtos agropecuários brasileiros, já que países asiáticos e árabes são grandes compradores de soja e carne, por exemplo, e de defesa. Segundo Bolsonaro, há interessados no novo cargueiro KC-390.
Durante a semana, Bolsonaro declarou que a expectativa da viagem era a “melhor possível”, com a possibilidade de assinar acordos com os países visitados.
“Há interesse da parte deles, não é nossa apenas. O Brasil está aberto para o mundo. Não temos mais o viés ideológico para fazer negócios e a gente espera que seja uma viagem bastante proveitosa”, declarou o presidente.