Natal em Jerusalém será o mais visitado por peregrinos cristãos de todos os tempos
Os hotéis em Jerusalém, Nazaré e Belém estão com 100% de lotação. Às vésperas do Natal, o turismo na Terra Santa registra o maior recorde de todos os tempos, com festividades e celebrações de sobra entre árvores de Natal gigantes, mercados natalinos e cerimônias tradicionais nas Igrejas da Natividade e do Santo Sepulcro.
A expectativa é a de que, em 2019, cerca de 4,5 milhões de visitantes –a maioria cristãos– andem pelas ruas de Israel, entre cidades bíblicas e a moderna Tel Aviv. Só em Jerusalém, 165 mil peregrinos são esperados na semana do Natal. Em Nazaré, 80 mil.]
Os números são 10% maiores do que os de 2018. Mas a comparação com o começo do século 21 é que impressiona. Em 2002, por exemplo, apenas 860 mil pessoas visitaram Israel durante todo o ano –pouco mais do que se espera receber apenas em novembro e dezembro deste ano (660 mil).
A cidade de Belém, na Cisjordânia, onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus, não registrou turismo algum durante o Natal de 2002. Dezessete anos depois, Belém receberá mais de 100 mil peregrinos só para a época do Natal e 1,5 milhão de janeiro a dezembro.
Como, de um local considerado extremamente perigoso, Israel (e a adjacente Cisjordânia) se tornou um dos destinos mais procurados por turistas de todo o mundo, incluindo famílias inteiras em busca da experiência natalina?
‘Democracia exige integridade’, diz Moro sobre inclusão em lista de personalidades da década
Pedro Prata e Fausto Macedo / O ESTADO DE SP
24 de dezembro de 2019 | 15h01
O ministro Sérgio Moro, Justiça e Segurança Pública, comemorou a sua inclusão na lista das 50 celebridades que marcaram a década, publicada pelo jornal britânico Financial Times nesta terça, 24. “O mérito é do movimento global anticorrupção que chegou à América Latina”, disse ao Estado.
“Democracia exige integridade”, falou o ministro que entrou para o seleto grupo, escolhido por repórteres da publicação, por ter ‘liderado uma investigação anticorrupção que abalou as estruturas políticas’ do continente.
O Financial Times diz que as investigações deflagradas contra as propinas da Odebrecht quando ele ainda era juiz federal levaram à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, e à denúncia do envolvimento de quatro ex-presidentes peruanos em esquemas ilegais.
O jornal lembra, ainda, a indicação política para ser ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro. “Um movimento rumo à política que atraiu dúvidas sobre a sua independência enquanto juiz, mas que pode colocá-lo no caminho para disputar a presidência”, pontuou o Financial Times.
Moro rebate. “Agora, como ministro, sigo com o mesmo propósito de quando era juiz: consolidar o combate à corrupção e a luta contra o crime organizado.”
Bolsonaro leva tombo no Palácio da Alvorada e vai para o Hospital das Forças Armadas
23 de dezembro de 2019 | 22h44
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro levou um tombo nesta segunda-feira, 23, ao escorregar no banheiro e bater a cabeça, no Palácio da Alvorada, e vai passar a noite no Hospital das Forças Armadas (HFA), em observação. De acordo com nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom), Bolsonaro “foi submetido ao exame de tomografia computadorizada do crânio, que não detectou alterações”.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, esteve no HFA e visitou o presidente. Ao sair, Heleno disse que a situação estava tranquila. “Não é nada demais”, declarou o ministro.
A nota da Secretaria de Comunicação afirma que, após sofrer uma queda, Bolsonaro foi atendido pela equipe médica da Presidência da República e levado ao HFA. “Ficará em observação no hospital par 6 a 12 horas”, diz o comunicado. O presidente chegou ao HFA por volta de 21 horas.
Um auxiliar de Bolsonaro disse ao 'Estado' que ele está consciente e passa bem. Pouco antes do acidente, Bolsonaro recebeu a visita do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Alvorada. Questionado, Maia que foi ao palácio apenas para cumprimentar Bolsonaro e desejar "feliz Natal".
Medida provisória destina R$ 31,8 mi para acolhimento de refugiados venezuelanos
A Medida Provisória 912/19 abre crédito extraordinário de R$ 31,8 milhões para assistência emergencial e acolhimento humanitário de imigrantes venezuelanos. Os recursos serão utilizados pelo Ministério da Defesa, que desenvolve a Operação Acolhida. A operação oferece abrigo, refeições e atendimento médico aos refugiados instalados em Roraima. A MP entrou em vigor nesta quinta-feira (19).
A Constituição permite que o governo adote medida provisória de crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Esta é a segunda medida provisória do governo Jair Bolsonaro destinada a auxiliar a situação dos venezuelanos que vieram ao Brasil desde o recrudescimento da crise política no país vizinho, no ano passado. A primeira foi a MP 880/19, que liberou R$ 223,8 milhões para o Ministério da Defesa.
Durante o governo do presidente Michel Temer, outras quatro medidas provisórias foram editadas para custear, direta ou indiretamente, o atendimento aos refugiados venezuelanos.
Tramitação
A MP 912 será analisada pela Comissão Mista de Orçamento. Depois seguirá para os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.
Saiba mais sobre a tramitação de medidas provisórias
Reportagem – Janary Júnior
Edição - Wilson Silveira
Partidos preveem explosão do caixa 2 em 2020... - JOSIAS DE SOUZA
O Ministério Público terá muito trabalho nas eleições municipais de 2020. Dirigentes partidários estimam que haverá mais de 500 mil candidatos a prefeito e vereador. Sustentam que os R$ 2 bilhões destinados ao financiamento das campanhas, ainda pendentes da sanção de Jair Bolsonaro, serão insuficientes para bancar todas as candidaturas. Preveem uma explosão do caixa dois.
Dá-se de barato que muitos candidatos não receberão um mísero tostão dos partidos. Nas eleições gerais de 2018, destinou-se R$ 1,7 bilhão em verbas públicas para a campanha de pouco mais de 28 mil candidatos a deputado federal, senador, governador e presidente da República. Nem todos os candidatos a deputado receberam recursos do partido. Recolheram verbas apenas por baixo da mesa.
Deputados federais pedem agora para dar a palavra final na hora do rateio da verba. Apresentam uma razão mercantil. Argumentam que, a exemplo do que ocorre com o fundo partidário, a divisão do fundo eleitoral é feita com base na quantidade de deputados na Câmara —quanto maior a bancada, mais dinheiro o partido recebe.
Os deputados alegam ter mais condições para selecionar os candidatos a vereador e prefeito com maiores chances de se eleger. Com sorte, os parlamentares potencializam as bases eleitorais que garantirão suas próprias reeleições em 2022. Com muita sorte, elegem bancadas maiores na Câmara, aumentando a fatia a ser recebida dos fundos eleitoral e partidário.
As doações eleitorais de empresas foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal em 2015. Hoje, você paga as campanhas e eles decidem quem irá receber a verba. Eles quem? Os donos dos partidos. Gente como Valdemar Costa Neto (PR), Roberto Jefferson (PTB), Carlos Lupi (PDT), Luciano Bivar (PSL)... Os deputados querem ser ouvidos.
Todos os petistas pilhados no mensalão alegaram que não manusearam senão verbas de caixa dois. Fizeram isso porque crime eleitoral não leva ninguém para a cadeia. Deu errado. Políticos apanhados com as mãos na botija do petrolão ensaiaram o mesmo lero-lero do caixa dois. Na maioria dos casos, detalhes grotescos revelaram que o roubo produziu enriquecimento ilícito. Vem aí mais uma rodada do mesmo flagelo.
Obstáculos para a generosidade - Frei Luciano *, O Estado de S.Paulo
A doação de uma luxuosa Lamborghini Huracán ao papa Francisco virou notícia mundialmente em 2017. Por determinação do papa, o veículo superesportivo italiano foi leiloado em maio de 2018 e rendeu cerca de R$ 3 milhões. Os recursos foram dedicados integralmente pelo Vaticano a causas humanitárias em regiões de extrema necessidade, especialmente em apoio a famílias pobres no Iraque e na África.
Uma doação generosa, que produz receita para importantes obras assistenciais, parece algo trivial e simples de acontecer. Em muitos países de fato é assim e doadores respondem com atos de generosidade que muitas vezes viram manchete. Foi assim quando a histórica Catedral de Notre-Dame, em Paris, recebeu doações expressivas após o incêndio que destruiu parte de sua estrutura, em abril deste ano. As contribuições chegavam de todas as partes do mundo, até mesmo de alguns notáveis brasileiros.
Infelizmente, é raro ver o mesmo no Brasil, não porque não existam pessoas dispostas a doar com generosidade, mas porque os obstáculos legais, burocráticos, tributários e até culturais interrompem e até inviabilizam grandes doações. Assistimos frequentemente a demonstrações da disposição de doar dos brasileiros, especialmente quando acontecem grandes catástrofes, como enchentes, deslizamentos ou rompimentos de barreiras de rejeitos de mineração, como os de Mariana e Brumadinho. O volume de bens e produtos doados chega a ser tão grande que as autoridades pedem ao público que interrompa o envio. Os problemas surgem para doações de maior valor, que poderiam aliviar essas situações de forma mais acelerada.
Seria natural e justo que os mais abastados participassem com contribuições de peso, como em outros países. Entendemos melhor o que atrapalha isso no Brasil no início deste ano, quando ocorreu nosso exemplo similar ao da Lamborghini doada ao papa. Um empresário, frequente apoiador do trabalho de nossa instituição, a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), ofereceu-nos um veículo da mesma categoria como doação. Rapidamente desenvolvemos estratégias para utilizar o veículo e gerar recursos, pois todas as nossas atividades são sustentadas por doações, quase sempre de pequenos valores. Exposições públicas, campanhas em parceria com a mídia, culminando com um sorteio, teriam repercussão nacional e poderiam arrecadar bem mais do que o valor do bem doado, como no caso da Lamborghini.
Seria uma contribuição inestimável para as inúmeras ações de nossa entidade, que incluem missões humanitárias pelo Brasil e o mundo, quase sempre para auxiliar em situações extremas. Do terremoto no Nepal à saga dos refugiados sírios e a enchentes no Uruguai, missionários da fraternidade já cumpriram 24 missões humanitárias pelo planeta. No Brasil, estivemos em Mariana e Brumadinho e desde 2016 sustentamos um esforço permanente em Roraima, administrando cinco abrigos para milhares de refugiados venezuelanos, que ainda chegam ao Brasil diariamente às centenas. Nada disso seria possível sem doações.
Em 30 anos, nossas iniciativas já envolveram mais de 60 mil voluntários. Imaginamos que o carro doado seria uma ajuda vital, mas o entusiasmo inicial virou decepção quando conhecemos os obstáculos para que qualquer plano envolvendo o veículo se tornasse viável. Nossos colaboradores na área jurídica nos mostraram que o custo e o esforço exigidos para simplesmente receber a doação do veículo e depois executar nossas ideias estavam além de nossas condições e estrutura.
O episódio ajudou-nos a entender por que pessoas que poderiam apoiar de forma impactante esforços como os nossos, muitas vezes decidem não se envolver. Leis atravancadas, tributação desproporcional e burocracia excessiva e redundante acabam transmitindo uma sensação negativa e lamentável, que transforma um ato digno de aplausos em motivo para questionamento e suspeita. Estranhamente, em vez de algo benéfico para a sociedade, o grande doador acaba tratado com desconfiança, quase como criminoso. Como se o fato de ter a condição de doar sinalizasse que algo, necessariamente, estaria irregular em sua vida.
A experiência com o carro esportivo abriu-nos uma janela para algo que afeta todas as instituições que dependem da generosidade humana, como a nossa. Impossibilitados de utilizar o bem doado para gerar o máximo de recursos, fomos obrigados a interromper o próprio ato da doação. O doador optou por tentar, ele mesmo, vender o veículo e transferir os recursos obtidos para a fraternidade. Fatalmente o valor arrecadado será inferior ao que poderia ser, fossem nossas leis e excessivas exigências burocráticas mais parecidas com as que facilitam e encorajam doações em diversos países.
Esta é uma reflexão essencial que foi feita logo após o Dia de Doar, em 3 de dezembro, ligado ao movimento Giving Tuesday, criado nos Estados Unidos, e com o período de festas de fim de ano se aproximando. Realizado no Brasil desde 2014, o Dia de Doar é um estímulo importante para que mais pessoas escolham boas causas e façam doações regularmente, não apenas quando desastres acontecem. Mas esse objetivo só poderá ser atingido no Brasil se forem feitas, paralelamente, mudanças profundas que simplifiquem e integrem as exigências para que grandes doadores se sintam mais à vontade para contribuir.
Com isso, os mesmos brasileiros que doaram para a reforma de Notre-Dame talvez doem também no Brasil. Em episódios como o incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018, talvez tenhamos uma resposta decisiva para que perdas tão dramáticas para o patrimônio cultural brasileiro sejam recuperadas mais rapidamente, com a justa e proporcional colaboração daqueles que podem, devem e desejam colaborar.
* GESTOR-GERAL DA FFHI, ESTÁ NA COMUNIDADE FIGUEIRA DESDE 1989 E DEDICA-SE AO DESENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES E DE SUAS PRINCIPAIS ATIVIDADES