Itaú, Bradesco e Santander fecham 430 agências em 2019 e demitem quase 7 mil pessoas
11 de fevereiro de 2020 | 16h32
Pressionados por maior uma concorrência com fintechs e pressões regulatórias, os grandes bancos privados fecharam as portas de 430 agências no ano passado, totalizando uma rede física de menos de dez mil pontos. Adicionando nesta conta ainda o crescimento das operações digitais, que diminui a dependência de profissionais, o quadro de colaboradores também se reduziu, com Itaú Unibanco, Bradesco e Santander enxugando suas equipes em 6,923 mil pessoas, cujas saídas foram motivadas, principalmente, por programas de demissão voluntária (PDVs).
A expectativa dessas instituições é de que o trabalho duro feito do lado das despesas ajude a compensar, em 2020, menores margens financeiras e crescimento contido nas receitas de serviços e tarifas. Os ganhos dos grandes bancos têm sido impactados pelo aumento do número de players no setor com a multiplicação das fintechs e ainda mudanças regulatórias como a do cheque especial, que limitou os juros mensais em 8% desde o mês passado.
O Itaú Unibanco, que divulgou na segunda, 10, seu balanço, fechou 200 agências no quarto trimestre, conforme já havia sinalizado ao mercado. Apenas no Brasil, a rede encolheu em 172 pontos. No ano, foram encerradas 436 unidades, empurrando a rede física para 4,504 mil pontos, considerando Brasil e América Latina. Somente a rede brasileira, a quantidade de agências diminuiu em 372 unidades, para 3,158 mil. Para 2020, a sinalização do banco, ao menos até aqui, é de que o ritmo de fechamento de agências vai se arrefecer.
"O contínuo investimento em tecnologia permitiu ações com foco em eficiência de custos, como o encerramento de agências e o programa de desligamento voluntário, que levaram ao aumento de apenas 2,5% nas despesas não decorrentes de juros em relação ao ano anterior, abaixo da inflação acumulada (4,3% - IPCA) e do acordo coletivo de trabalho no período", destaca o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
O rival Bradesco seguiu a mesma direção, com o adendo de que não conseguiu cumprir sua meta do lado das despesas, que cresceram 7,2% no ano passado, acima do guidance que ia de 0% a 4%. Com uma rede de 4,478 mil agências, o banco enxugou sua rede em mais de 100 pontos no ano passado, sendo que a maioria fechou as portas no último trimestre. Na outra ponta, o Santander Brasil abriu 45 agências no ano passado.
A meta do Bradesco para 2020 é fechar outras 300 agências. Para compensar o estouro do guidance de custos no ano passado, o banco estabeleceu orçamento base zero de gastos para 2020, com áreas como tecnologia de informação, marketing e patrimônio tendo de gastar menos que no ano passado. "Temos um compromisso, um propósito muito forte de controle de custos próximos anos", disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em conversa com a imprensa, na semana passada.
Do lado do número de colaboradores, todos os grandes bancos privados enxugaram seus times. O Itaú desligou 5.454 pessoas no ano passado, fazendo com que seu quadro caísse de mais de 100 mil funcionários para menos de 95 mil como reflexo de um novo programa de PDV.
O concorrente Bradesco reduziu sua equipe em 1,276 mil pessoas também com um processo de demissão voluntária, que fez o quadro baixar para 97,329 pessoas. O Santander, embora não tenha anunciado uma iniciativa de PDV, enxugou seu quadro em silêncio. Foram apenas 193 funcionários no ano, mas no trimestre o corte chegou a 1.663 colaboradores.
Irmão de Eduardo Campos diz ser ameaçado de morte e pede proteção a Sérgio Moro
11 de fevereiro de 2020 | 12h45
Atualizado 11 de fevereiro de 2020 | 14h48
BRASÍLIA - Tio do deputado João Campos (PSB-PE), o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, entidade ligada ao Ministério da Educação, Antônio Campos, alega ser alvo de ameaças de morte e, por isso, vai pedir proteção ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele não quis dizer quem é o autor das ameaças.
"Estarei protocolando, na data de hoje, requerimento perante o Ministro da Justiça comunicando os fatos de forma circunstanciada e pedindo as garantias de vida e as prerrogativas de testemunha juramentada não ser intimidada" disse, em nota.
Único irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Tonca, como é conhecido, afirmou que as ameaças são antigas, mas que voltaram a ocorrer após conceder entrevista ao Estado na qual trata dos desentedimentos com o sobrinho deputado e após ser ouvido como testemunha em um investigação do Ministério Público Federal pernambucano. A apuração, segundo Tonca, está relacionada à gestão do PSB no Estado.
Antônio e João Campos protagonizaram briga recente
Antônio Campos esteve no centro de uma briga política fratricida em Pernambuco que envolve, além de sobrinho João Campos, a mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes.
Em audiência com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em dezembro, João Campos disse que o tio, Antônio, era "sujeito pior" que o ministro. Ana Arraes criticou o neto pelo ataque e Tonca disparou críticas ao filho e à viúva de Eduardo, Renata Campos.
Antes mesmo de a mãe tomar partido no conflito, Antônio Campos havia soltado uma nota por meio da qual acusava o sobrinho de ter sido “nutrido na mamadeira da empresa Odebrecht”. Antônio disse, ainda, que Pernambuco precisava conhecer o “lado obscuro” do sobrinho e de Renata Campos. João é considerado um representante da “nova política”, ao lado dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).
Ao Estado, Antônio admitiu que a confusão não é boa para a família, mas continuou com as críticas e provocou o sobrinho. “Ele quis se mostrar para a sua nova namorada, a deputada Tabata Amaral”, disse o tio. “Foi um ataque gratuito porque estava fora do contexto. Fui o homem que mais defendeu o pai dele, inclusive no complexo caso dos precatórios, em que Eduardo teve denúncia rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. E, hoje, eu o vejo abraçado e defendendo vários que chamavam o pai dele de ladrão. Não consigo entender.”
O PSB de João Campos atua no espectro da esquerda. Antônio, por sua vez, é crítico dos petistas e de alianças com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para lembrar: a disputa por Recife
A disputa pela prefeitura do Recife na eleição municipal deste ano também deve colocar em lados opostos os dois principais herdeiros políticos do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, como mostrou reportagem do Estado publicada em dezembro. O deputado federal João Campos (PSB), de 26 anos, foi escolhido pelo partido disputar a capital pernambucana. Sua principal adversária, no entanto, é a também deputada Marília Arraes (PT), 35 anos, que é neta de Arraes e prima de segundo grau de João. Essa disputa familiar só não deve ocorrer se o PT mantiver aliança com o próprio PSB no Estado e ‘rifar’ a candidatura de Marília para apoiar João.
Bolsonaro participa de posse de Marinho e faz aceno a chefes de Poderes: '2020 será melhor'
11 de fevereiro de 2020 | 16h12
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia de posse do novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, no Palácio do Planalto. Na ocasião, aproveitou para fazer novos gestos de aproximação aos chefes do Legislativo e Judiciário, reforçando que é preciso buscar a "união" das autoridades.
"Nós quatro não podemos tudo, mas quase tudo passa pelas nossas mãos. A nossa união, nosso sentimento cada vez melhor para o Brasil, realmente fará com que todos sintam a diferença. Agradeço a convivência que tivemos ao longo do ano passado e tenho certeza que o corrente ano será muito melhor", disse Bolsonaro, aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do STF, Dias Toffoli.
O presidente elogiou o trabalho de Marinho enquanto deputado e afirmou que ele serviu de "espelho" para os demais. Também falou que ele é "daquelas pessoas que vão angariando respeito pela forma de trabalhar".
Bolsonaro destacou que o Desenvolvimento Regional é um "ministério complexo, com muita capilaridade" e que "quase tudo que interessa a população" passa pela pasta.
Ele também enalteceu a participação de Marinho como secretário especial de Previdência e Trabalho para viabilizar a aprovação da reforma previdenciária, no ano passado, com os chefes do Legislativo e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Tenho certeza de que Marinho terá mais que paciência (no ministério); será altruísta", disse. "Confiança que todos têm em Marinho é enorme, capacidade não faltará", elogiou.
Braço direito do ministro Paulo Guedes, Marinho deixou a Secretaria Especial da Previdência para assumir o comando do Desenvolvimento Regional no lugar de Gustavo Canuto, que assumirá a presidência da Dataprev.
Marinho fala em 'construir pontes'
Na posse, o novo ministro tmabém fez gestos ao Legislativo e afirmou que vai ajudar o presidente Jair Bolsonaro a "construir pontes". Ele enfatizou que "a missão precisa ser compartilhada com todos".
"Presidente, vossa excelência fique tranquilo, vou dar o melhor de mim, sobretudo para construir pontes, estabelecer e consolidar ações, porque não vamos a lugar nenhum se caminharmos sós", disse o ministro. Em mais de um momento, Marinho destacou que assumir o Ministério do Desenvolvimento Regional é "uma tarefa hercúlea" e que representa "um trabalho de muitos desafios". "Por mais pesado que seja o fardo, ele se torna possível se for carregado por muitas mãos. E eu pretendo carregá-lo com a ajuda de todos vocês", declarou.
Marinho também fez um agradecimento especial ao ministro da Economia, Paulo Guedes, responsável por sua indicação. "Sabemos o tamanho da nossa responsabilidade. E essa é uma missão que queremos fazer juntos com os outros ministros. Quero saudar de forma especial o ministro Paulo Guedes, que literalmente me recrutou para fazer parte da sua equipe", disse.
Ele defendeu, ainda, que a missão da pasta é "corrigir desigualdades regionais para permitir que os irmãos brasileiros tenham igualdade e progresso". "Não tenho dúvida de que essa missão cativa cada brasileiro."
O Ministério do Desenvolvimento Regional é considerado estratégico para o governo: responsável pelo Minha Casa, Minha Vida, programa que Bolsonaro pretende turbinar, a Pasta tem grande influência nas políticas municipais. O movimento do Palácio do Planalto, agora, é para ter uma marca social e entrar no Nordeste.
Antes da cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro saiu para almoçar com alguns dos ministros mais próximos a ele em um restaurante no bairro Vila Planalto, em Brasília. Estavam com ele os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Fernando Azevedo (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Com 14 partidos, frente de oposição a Bolsonaro instala conselho e organiza ato contra Weintraub
11 de fevereiro de 2020 | 15h37
Criado com o objetivo de ser uma frente suprapartidária de oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido), o movimento Direitos Já, Fórum da Democracia instalou nesta segunda-feira, 11, um conselho político com representantes de 14 partidos. O coletivo, que é coordenado pelo sociólogo Fernando Guimarães, vai elaborar manifestos e promover atos de protesto contra ações do governo que, segundo eles, atentem contra “a democracia e os direitos fundamentais”.
O primeiro evento do ano organizado pela frente está marcado para 30 de março, em São Luís, no Maranhão, véspera do aniversário do golpe militar de 1964. O ato terá como tema educação e o principal alvo será o ministro Abraham Weintraub, titular da pasta. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), faz a oposição a Bolsonaro e é apontado entre líderes da esquerda como presidenciável em 2022 ou vice em uma chapa liderada pelo PT.“O ato é em defesa da educação. É inaceitável que a condução da área fique nas mãos de um ministro da ideologia”, disse Guimarães.
Integrante do conselho, o professor Nabil Bonduki, pré-candidato do PT a Prefeitura de São Paulo, disse que a ideia do grupo é fazer uma “articulação” com vistas a 2022. “O fórum é uma articulação para formar uma frente democrática para evitar o risco da continuação de um governo autoritário”, afirmou.
O Direitos Já também se apresenta como um “laboratório” que pretende consolidar uma frente ampla anti-Bolsonaro para a próxima eleição presidencial. A reunião desta segunda teve um caráter “ecumênico” e reuniu antigos adversários políticos.
Estavam presentes, entre outros, o deputado federal Vinícius Poit (Novo-SP), o senador Armando Monteiro (PTB-PE), o deputado federal Raul Henry (MDB-PE), a vereadora Soninha Francine (Cidadania-SP), o presidente nacional do PV, José Luiz Penna (SP) e o ex-presidenciável da sigla Eduardo Jorge (SP), o porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo (DF), o ex-senador José Aníbal (PSDB), o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido).
Também estavam presentes representantes do PSD, Podemos, Solidariedade, PDT e PSB.
Na reunião de lançamento do movimento, em maio do ano passado, Guimarães reuniu cerca de 40 convidados, incluindo o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro da Justiça José Gregori (PSDB). A ex-prefeita e ex-ministro Marta Suplicy (sem partido) aderiu mais tarde ao grupo para, segundo ela, ajudar a formar uma frente ampla de centro-esquerda.
No sábado, 8, a direção nacional do PT aprovou uma resolução política que privilegia a formação de frentes com partidos de esquerda, mas permite “alianças táticas”, pontuais, com outros setores do espectro político que tenham “contradições reais” com o governo Bolsonaro. Em setembro do ano passado o partido, por ordem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, boicotou o ato do Direitos Já no Tuca. O motivo foi a não inclusão na pauta da defesa da liberdade do ex-presidente.
Na resolução aprovada sábado o partido diz que qualquer frente que não conteste a política econômica do ministro Paulo Guedes “fará muito pouco pela democracia no Brasil e nada por sua população”.
Câmara faz sessão solene em homenagem aos 40 anos do PT
Sessão na Câmara comemora os 40 anos do PT — Foto: Luiz Felipe Barbiéri/G1
A Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (11) uma sessão solene em comemoração aos 40 anos do Partido do Trabalhadores (PT).
O plenário foi tomado por deputados e senadores do partido, além de parlamentares do PSB e de outras siglas de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
Os embaixadores de Cuba e da Palestina também compareceram. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta.
A sessão contou ainda com a presença de comunidades indígenas do sul do país, que exibiram faixas contra o projeto do governo e que regulariza a mineração e geração de energia em terras indígenas.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu. Ele embarca nesta terça para Roma, onde deve ser recebido pelo papa Francisco. Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT nas eleições de 2018, e a ex-presidente Dilma Rousseff, também não estavam presentes.
A sessão foi comandada pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ela deu início à sessão lendo uma mensagem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e depois fez um breve discurso.
"O PT faz 40 anos, uma história curta, mas muito intensa e com muitas realizações no período democrático da política brasileira", afirmou a deputada.
"A despeito e apesar de toda a perseguição que o PT sofreu nos últimos tempos, em especial o presidente Lula, isso não foi suficiente para tirar o partido da luta. Se pensaram em nos destruir, se enganaram redondamente", concluiu Gleisi. PORTAL G1
Taxa de mortalidade infantil volta a crescer no Ceará
Consolidar os avanços na atenção básica de recém-nascidos e gestantes teve efeitos práticos no Ceará, que reduziu a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) de 13,2 óbitos por mil nascidos vivos, em 2017, para 12 mortes por mil nascidos vivos, em 2018. O índice, porém, voltou a crescer em 2019, saltando para 12,3 óbitos por mil nascidos vivos.
Já os números absolutos mostram redução nos óbitos: 1.494 no último ano contra 1.572 em 2018. A situação pode ser explicada pela redução, também, do número de nascidos vivos. Como a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) consiste na relação entre o número de óbitos registrados antes do primeiro ano de vida sobre o número de nascidos vivos vezes mil habitantes, o valor tem impacto direto no percentual final.
Thaís Nogueira Facó, coordenadora de Atenção à Saúde da Sesa, explica que o número de nascidos vivos passou de 131.065, em 2018, para 121.858, em 2019. "Diminuiu de um ano para o outro e por isso a TMI aumentou".
Outro fator que justifica o aumento, segundo especialistas, é a falta de acompanhamento no pré-natal ou assistência no momento do parto.
"Mesmo assim, o Ceará segue uma tendência de diminuição da mortalidade infantil", justifica Thaís Nogueira, ressaltando que o Estado prioriza a atenção básica e realiza "ações de monitoramento, fortalecimento da rede de saúde materna e infantil, desenvolvimento do Programa Nascer no Ceará".