Moro sobre pandemia: ‘É uma crise de saúde, não tem como prender o vírus’
Desde o alastramento de casos de Covid-19 pelo país, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a ser um dos alvos preferenciais de grupos bolsonaristas, que avaliam que o mais popular dos auxiliares de Jair Bolsonaro deveria usar seu capital político em favor do presidente e endossar discursos como o do isolamento vertical. Moro se recusa a reverberar críticas mais duras a governadores, frequentes destinatários de ataques das hordas bolsonaristas, adota cautela diante de estudos científicos que mostram que a cloroquina e a hidroxicloroquina poderiam ser utilizadas no tratamento de pacientes e a interlocutores com quem se reuniu nos últimos dias disse se sentir injustiçado diante das cobranças por mais atuação na crise. “É uma crise de saúde, não é uma crise de segurança. Não tem como prender o vírus”, declarou Sergio Moro a auxiliares.
Bolsonaro disse recentemente a um interlocutor que Moro, ao não se colocar como um personagem que poderia conscientizar a população e o mundo político sobre a Covid-19, é um “egoísta” que “só cuida dos próprios interesses”. No atual estágio de contaminações de brasileiros por coronavírus, o ex-juiz da Lava Jato considera que os esforços do governo têm de ser canalizados pelo Ministério da Saúde e, em um segundo momento, pela equipe econômica.
Sua participação com propostas mais concretas ocorrerá, informam auxiliares, caso haja uma convulsão social e a população promova saques, um cenário considerado possível, mas hoje remoto, por sua equipe. Um plano de contingência já está pronto no Ministério da Justiça e prevê, na situação mais extrema, o uso das Forças Armadas para debelar protestos violentos. VEJA
Pesquisa: ex-presidentes amargam desprestígio e ostracismo
Pesquisa do Instituto Paraná encomendada por VEJA avaliou a relevância dos ex-presidentes brasileiros após eles terem ocupado mais alto posto da República. Aos 2.082 entrevistados, o órgão fez uma série de perguntas que abarca o grau de conhecimento sobre a gestão dos ex-mandatários, a avaliação do desempenho de cada um e a importância dada às opiniões que eles emitem. O resultado, é lógico, varia entre eles, mas uma constatação resume bem a situação de todos: a maioria da população não dá a menor atenção aos ex-presidentes.
O Brasil tem, hoje, seis ex-mandatários vivos. Nenhum, no entanto, consegue capitalizar uma boa avaliação ou ter uma marca muito positiva sobre seus mandatos.
Trinta anos após deixar o governo, José Sarney amarga o maior índice de desconhecimento: 82,4% disseram conhecer pouco ou nada sobre o período em que ele ocupou a Presidência — marcado, principalmente, pelo processo de redemocratização e pela construção da Constituição Federal de 1988, em vigor até hoje. O índice cai para 74,5% quando se trata do ex-presidente Fernando Collor, 70% quando avalia Fernando Henrique Cardoso, 35,3% no caso de Lula, 37,3% para Dilma Rousseff e 48,6% para Temer.
Considerando os resultados, poderia-se dizer que os ex-presidentes petistas se saíram melhor na pesquisa. Mas o fato de a população ter conhecimento sobre a gestão deles não é, necessariamente, positivo. Dos entrevistados, 36% não souberam dizer ou avaliam que não há nenhuma área de destaque da era Lula. Outros 24,1% ressaltaram a área social. Mas, quanto ao pior desempenho do petista, a memória não se deixa falhar: quase 40% das pessoas ouvidas citam a corrupção como um retrato de sua gestão. Já para Dilma, 65,6% não souberam dizer ou avaliam que não há nenhuma área de destaque em seu período. O aumento da corrupção é lembrado por 30% dos avaliados.VEJA
Crise? Alesp publica aumento salarial para o Tribunal de Contas de SP
Veja como algumas autoridades de São Paulo parecem viver em um universo paralelo nestes tempos de guerra ao coronavírus. Com uma das piores crises econômicas ganhando forma a partir do fechamento das cidades para conter a pandemia, a turma do Tribunal de Contas de São Paulo vai ganhar aumento.
A lei complementar que concede reajuste de 3,89% foi promulgada hoje pela Assembleia Legislativa de São Paulo.
Há quem trabalhe 30 horas e receba R$ 17.151,06 em carteira. Interessante que o Anexo V, com os vencimentos de profissionais da saúde com nível universitário, tem salários entre R$ 623,73 e R$ 1.637,91.
Enquanto isso, diferentes setores da economia estão demitindo funcionários ou reduzindo salários de trabalhadores para conseguir fazer a travessia da crise. O sacrifício só não vale para os marajás do serviço público paulista.
Em sua defesa, o Tribunal de Contas alegou ao Radar que trata-se de Revisão Geral Anual, prevista em lei. VEJA
Itália inicia reabertura e libera funcionamento de alguns estabelecimentos
A Itália inicia nesta terça-feira, 14, uma fase intermediária do processo de reabertura, liberando parcialmente o funcionamento de algumas atividades paralisadas pela pandemia de coronavírus. Entretanto, o confinamento da população segue em vigor.
O plano de reabertura do país foi anunciado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, na sexta-feira 10. Livrarias, papelarias, lavanderias e lojas de roupas para bebês e crianças poderão reabrir, segundo o decreto.
Atividades relacionadas à produção industrial, como fábricas de eletrônicos, obras hidráulicas e vendas por atacado de papel e papelão, também estão liberadas, porém desde que se respeitem rigorosas regras de higiene e distanciamento entre os funcionários. A Itália também passará a permitir que estrangeiros possam ingressar no país – exclusivamente a trabalho – por um período de até três dias, que pode ser prorrogado por mais dois
A liberação das atividades valem para todo o país, com exceção das regiões mais atingidas pela Covid-19: Lombardia e Vêneto, onde papelarias e livrarias não poderão funcionar. Na região do Lazio, onde está localizada a capital Roma, as livrarias só poderão reabrir a partir de 20 de abril.
O decreto assinado por Conte prevê a reabertura do país em fases. A “Fase 2” do plano prevê uma reabertura mais ampla, mas só deve acontecer a partir de maio, se as condições permitirem. O governo ainda não definiu uma data para o fim do confinamento da população, mas planeja acabar com o isolamento antes da segunda etapa.
O número de mortes na Itália está caindo, mas o país ainda é o segundo com mais óbitos no mundo, atrás dos Estados Unidos. Atualmente, a nação registra 159.500 casos e 20.465 mortes pela Covid-19. VEJA
Crise de 1929 - HISTÓRIA GERAL
A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.
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Os Estados Unidos antes da crise econômica
Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos.
Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano.
O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.
FMI prevê pior recessão global desde 1929; Brasil deve encolher 5,3%
O impacto do novo coronavírus, nas atividades econômicas levará a um colapso que poderá ser a pior recessão global desde a Grande Depressão da década de 1930, segundo projetou o Fundo Monetário Internacional (FMI), nesta terça-feira, 14. As estimativas levam a um encolhimento de 3%, em média, da economia mundial em 2020. Tanto as economias avançadas como os mercados emergentes estarão em recessão, com a renda per capita esperada para diminuir em mais de 170 países. Para o Brasil, o Fundo projeta retração de 5,3% –no mesmo patamar previsto pelo Banco Mundial (-5%), mas bem mais pessimista que o esperado pelo mercado financeiro brasileiro (-2%). A recessão do PIB brasileiro não ocorre desde 2016, ano do impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando a economia caiu 3,3%.
“À medida que os países implementam as quarentenas e práticas de distanciamento social necessárias para conter a pandemia, o mundo passa por um grande bloqueio. A magnitude e a velocidade do colapso da atividade que se seguiu é diferente de tudo o que foi experimentado em nossas vidas”, segundo o documento assinado por Gita Gopinath, economista-chefe do FMI. Esta é uma crise como nenhuma outra e existe uma incerteza substancial sobre seu impacto na vida e nos meios de subsistência das pessoas. De qualquer maneira, projeções dependem da epidemiologia do vírus, da eficácia das medidas de contenção e do desenvolvimento de remédios e vacinas, que são difíceis de prever.
Supondo que a pandemia desapareça no segundo semestre deste ano e que as ações políticas adotadas em todo o mundo sejam eficazes na prevenção de falências corporativas generalizadas, perda prolongada de empregos e tensões financeiras em todo o sistema, o FMI projeta crescimento global de 5,8% em 2021 – para o Brasil, o aumento esperado é de 2,9%. Essa recuperação mundial, porém, seria parcial, pois o nível de atividade econômica deverá permanecer abaixo do nível projetado antes do ataque do vírus. A perda acumulada para o PIB global entre 2020 e 2021 da crise pandêmica pode ser de cerca de 9 trilhões de dólares, maior do que as economias do Japão e da Alemanha juntas, segundo o Fundo. VEJA