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Romero Jucá propõe que Brasil negue refúgio a venezuelanos

No anúncio de lançamento do projeto 'Aluguel Social' para famílias de venezuelanos em situação de vulnerabilidade que vivem em ruas e praças de Boa Vista nesta quinta-feira (24), o senador Romero Jucá (PMDB) roubou a cena e afirmou defender que os pedidos de refúgios sejam ‘estancados’ para pessoas que vêm do país governado por Nicolás Maduro.

 

Os valores do Aluguel Social, projeto da prefeita Teresa Surita (PMDB), ex-mulher de Jucá, irão variar de R$ 700 a R$ 1,2 mil e serão pagos por até seis meses pela prefeitura de Boa Vista a venezuelanos que não têm onde morar. O benefício foi divulgado em uma coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira.

Para o senador, a crise que a Venezuela vive é gravíssima e tende a piorar e prevê que a relação com a Venezuela e os imigrantes não será curta.

“Vamos tratar com todo o carinho essas pessoas [venezuelanos] que estão nas ruas. Independente se for 30 ou 40 mil pessoas [com o Bolsa Aluguel]. Mas devido à onda de pessoas que podem vir para Roraima, eu continuo defendo o fechamento para pedidos de refúgio”, sustenta.

De acordo com Jucá, refúgio se dá para o Haiti ou para a Líbia. “Aqui [Venezuela] é ditadura, briga política. Defendo que os pedidos de refúgio sejam ‘estancados’. É fácil para Nicolás Maduro mandar 5 milhões de pessoas para o Brasil e o país pagar a conta”, acentua.

Jucá ressalta que proibir os pedidos de refúgio não significa fechar a fronteira. “Algumas pessoas brilhantes que não sabem ler entenderam que quero fechar fisicamente a fronteira, mas não é”, afirma o senador.

Boa Vista tem 350 mil habitantes e, conforme Jucá, a Venezuela tem 27 milhões de pessoas e a maioria delas não concorda com a política do Maduro.

 

“Se 1% vier para Boa Vista nós receberemos 270 mil pessoas. Quase a população da cidade. Quando a gente fala em tomar medidas sérias, não é pensando no presente, mas de impacto futuro”, diz.

Venezuelanos em Roraima

O governo do estado estima que 30 mil venezuelanos já entraram em Roraima desde 2016. A imigração cresce conforme a crise na Venezuela se alastra nos setores de emprego, alimentos e remédios.

G1 esteve em Pacaraima, cidade ao Norte de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, e conversou com imigrantes em busca de alimento, remédio e trabalho no Brasil, muitos deles jovens. Um deles mostra uma cicatriz que afirma ter sido provocada uma um disparo de arma de fogo da Guarda Nacional Bolivariana durante um protesto contra o presidente Nicolás Maduro.


Homer Valdez, 25, mostra cicatriz de um tiro; ele afirma ter sido baleado pela Guarda Nacional Bolivariana na porta de casa (Foto: Inaê Brandão)

Homer Valdez, 25, mostra cicatriz de um tiro; ele afirma ter sido baleado pela Guarda Nacional Bolivariana na porta de casa (Foto: Inaê Brandão)

O comércio da cidade também tem atraído centenas de imigrantes todos os dias. Por aceitar a moeda venezuelana, a venda de alimentos é garantida. A dificuldade fica com o câmbio do bolívar, que segundo os comerciantes, chega a mudar três vezes ao dia. A moeda fraca causa prejuízo.

Venezuelanos em Boa Vista

Com o agravamento da crise política e econômica na Venezuela, a expectativa da prefeitura de Boa Vista é que o número de imigrantes continue aumentando na capital.

 

Em virtude disso, o município elaborou um plano que prevê medidas para lidar com o grande fluxo de imigrantes na cidade. A proposta foi apresentada pela prefeita Teresa Surita ao governo federal.

"Ele [Aluguel] será concedido para pessoas que trabalham. É o tempo dessas famílias se estruturarem e poderem começar a viver com recursos próprios", explicou a Teresa ao apresentar o plano.

O cadastro dos futuros beneficiários será feito pelo município. G1

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