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STF arquivou ação que levou Esteves à prisão

O Estado de S.Paulo

03 de outubro de 2019 | 23h58

Um dos principais bancos de investimentos do Brasil, o BTG viveu uma grande crise há quatro anos. A prisão do fundador da instituição, André Esteves, em novembro de 2015, obrigou o banco a empreender uma mudança de comando e também a vender ativos para combater o abalo de confiança sobre sua saúde financeira.

Esteves ficou menos de um mês preso – e, no fim de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o processo que acusava o executivo de tentar obstruir investigações relativas à Operação Lava Jato, que apurou esquemas de corrupção na Petrobrás e envolveu grandes empresas brasileiras, incluindo empreiteiras como Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez. 

André Esteves
Entre 2015 e 2018, parte dos sócios que haviam assumido a instituição durante a ausência de Esteves já haviam deixado o banco Foto: Estadão

A crise de confiança gerada pela prisão de Esteves obrigou o executivo a deixar por vários anos o grupo de controle do banco que fundou. No curto período em que ele ficou preso no Rio de Janeiro, um “pool” de sete sócios assumiu o controle da instituição e Persio Arida, o do BTG. 

Na mesma época em que o Supremo extinguiu o processo contra Esteves, o fundador do BTG voltou ao grupo de controle da instituição. Entre 2015 e 2018, parte dos sócios que haviam assumido a instituição durante a ausência de Esteves já haviam deixado o banco. Essa lista inclui Arida, que foi presidente do conselho até o fim de 2016. Meses depois, ele deixou a instituição.

Ao longo dos últimos três anos e meio, o BTG passou por um processo de enxugamento, com a venda de ativos – entre eles a participação que detinha no suíço BSI – e também por mudança de estratégia. Agora, o BTG aposta em plataformas digitais para deixar para trás um passado em que queria ser grande – com apoio do governo.

As investigações da Operação Estrela Cadente, da Polícia Federal, são referentes aos anos de 2010 a 2012 – época do governo do PT – e envolvem o vazamento de decisões sobre juros tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), para pelo menos um fundo administrado pela instituição. 

No governo petista, um dos maiores sustos do setor financeiro foi a descoberta de um rombo de cerca de R$ 4 bilhões no banco Pan, à época era controlado pelo Grupo Silvio Santos – instituição que já tinha a Caixa Econômica Federal como sócia. No primeiro semestre de 2011, pouco tempo após o caso ser revelado, o BTG comprou uma fatia da instituição por R$ 450 milhões. O banco de André Esteves é sócio do Pan até hoje. 

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