Uma eleição plebiscitária
Não há dúvidas que esta é uma eleição plebiscitária, muito marcada pelo anti-petismo. O PT foi durante décadas a encarnação das esperanças da esquerda, mas me parece óbvio que a sua imagem como alternativa desejada pelos eleitores está em colapso. A esquerda brasileira, alimentada pela “bolha” formada pela fina flor da “intelligentsia” universitária, encontra-se atualmente perdida no labirinto do seu mundo utópico igualitário.
Só enxerga micro-classes, micro-opressões e microagressões, fragmentos sociais construídos e desconstruídos a seu bel-prazer, a partir do pobre imaginário pós-moderno.
Atrelada aos ditames de uma liderança carismática em declínio, a estratégia petista foi a principal responsável pelo seu fraco desempenho eleitoral. O petismo viveu e ainda vive da propagação da ilusão, do fetiche maniqueísta, da deformação factual e do autoengano, envolvendo seus “crentes” em uma prisão intelectual da qual é muito difícil escapar.
Com o impeachment e a posterior prisão do seu líder máximo, a militância petista ficou inteiramente aturdida e sem “chão”, no qual firmar sua fé. A velha narrativa, que usa a mentira e a difamação dos adversários como forma principal de manipulação das massas, inculcando nelas o ressentimento, a inveja igualitária, o medo e o terror, como forma de angariar votos e conquistar o poder a todo custo, perdeu a capacidade de convencimento de boa parte da população.
Para grande parcela dos eleitores de Bolsonaro, o desvio ético das lideranças petistas e a sua responsabilidade pela estruturação do mecanismo mais sofisticado de exploração e extração de patrimônio público já montado no país é algo inquestionável. Com efeito, há pelo menos 12 anos que o PT mente sistematicamente sobre o “mensalão” e o seu sucedâneo, o chamado “petrolão”, e, agora, nesta campanha de 2018, continua a negar sistematicamente o seu passado corruptor, arremetendo contra todas as instituições, num vitimismo hipócrita e farsesco.
O resultado dessa tática errônea e errática é que o candidato do PSL, ao que tudo indica, será o próximo Presidente do Brasil, não tanto pelos seus próprios méritos, mas em virtude da rejeição maior do candidato petista.
*Josesito Padilha
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Economista, advogado e presidente do Instituto Liberal do Nordeste (Ilin).