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Saber fazer dívida é também uma arte

O uso do endividamento, por algum tempo e até certo limite, pode viabilizar a conquista de muitos objetivos e o aumento do patrimônio. Porém, quando se usam os empréstimos para as despesas mensais ou, pior ainda, para conseguir novos empréstimos com o intuito de pagar os anteriores, comete-se um grande erro, pois, incorporando juros e prestações ao orçamento familiar, as dívidas podem transformar-se em uma bola de neve.

A alternativa racional de reduzir despesas, eliminar desperdícios e adequar o padrão de vida à receita familiar exige disciplina. Por isso, muitas pessoas preferem o caminho supostamente mais fácil, que é usar o limite do cheque especial, o rotativo do cartão de crédito ou, simplesmente, seguir endividado.

Muitos credores se recusam a negociar com devedores que estão adimplentes, ignorando que muitas dívidas foram contraídas em modalidades, prazos e custos financeiros que, mais cedo ou mais tarde, levarão o devedor à condição de inadimplente. Retirar contas do débito automático, receber o salário em conta poupança, e não conta corrente, e cancelar o limite do cheque especial são algumas medidas importantes.

Já os inadimplentes, normalmente, conseguem negociar até com descontos o pagamento de suas dívidas, alongando os prazos e, muitas vezes, adequando o valor da parcela aos seus orçamentos. Neste momento, é importante mostrar a intenção de pagar o débito dentro de suas condições financeiras. Também ter foco e força de vontade para mudar os hábitos de consumo e cumprir rigorosamente o acertado na renegociação.

O desconto a ser conseguido depende da classificação da dívida, se está como ativa, vencida ou vendida para terceiros. Os que possuem apenas débitos a vencer recebem os menores descontos; àqueles com parcelas vencidas e não pagas, muitas vezes, conseguem abatimentos; já os que tiveram as suas dívidas vendidas para outros credores, normalmente com grande deságio, conseguem perdão de até 50% da dívida.

Os credores fazem tudo para receber o dinheiro de volta. Feirões de renegociação são organizados para tentar recuperar, pelo menos, uma parte dos recursos. O devedor deve ser proativo, procurar o credor, gerenciar o seu orçamento com os pés no chão a fim de passar da condição de devedor para a de poupador, melhorando, assim, a sua qualidade de vida.

*Lauro Chaves Neto

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Consultor,  professor da Uece e Doutor em Desenvolvimento Regional. OPOVO

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