A naturalização da corrupção deve ser combatida
Ontem, novas prisões que deixaram o País perplexo. Delcídio Amaral, um dos parlamentares de maior desenvoltura na política brasileira, foi preso. O senador exercia a função de líder do Governo. Ou seja, representava o Governo do Brasil no Senado da República. É tudo muito grave.
Uma gravação flagrou o desenvolto senador a tramar crimes contra as instituições da democracia e contra a pátria. Na conversa, em tom calmo, como quem combina coisas comezinhas, o senador relata como abordará ministros do Supremo visando beneficiar um criminoso preso na Operação Lava Jato.
A audição é chocante. Em dado momento, o senador Delcídio relata como se estruturaria a fuga de um criminoso que já se tornou réu confesso. Sem pudores, diz contar com “a grana” de um banqueiro para financiar a operação de fuga e o salário do fugitivo no Exterior.
A gravidade do caso impõe que todas as instituições da democracia e da sociedade civil se manifestem. Até por que as prisões de ontem tiveram epicentro na política, mas causaram fortes tremores na economia. É óbvio que a crise política também vai ganhar contornos ainda mais complexos.
Como líder da Presidência da República, Delcídio tinha a responsabilidade de encaminhar importantes projetos de interesse público. Projetos que muito provavelmente vão sofrer mais e mais atrasos em sua tramitação.
As ocorrências de ontem sugerem que o esquema de crimes que tomou de assalto a Petrobras continua funcionando mesmo com os desdobramentos da Lava Jato. Nesse momento, é preciso que a sociedade permaneça atenta para que tudo continue se dando no mais rigoroso respeito ao estado de direito. ELIOMAR DE LIM A