Busque abaixo o que você precisa!

"Quem divulga não é culpado", disse Lula em 2010 sobre vazamentos de dados

O ex-presidente Lula durante coletiva de imprensa na sexta-feira, dia 4, após ação da PF na Operação Aletheia (Foto:  EFE/LEO BARRILARI)

Eis mais um dos grandes impactos causados pelas redes sociais: a preservação da memória popular. Para o bem e para o mal... Algumas frases ditas em entrevistas antigas e marcantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão sendo ressuscitadas nas redes sociais ao longo desta tumultuada semana. Umas, é bom frisar, fora do contexto, mas que vêm ganhando corpo e até se tornando memes no Facebook e no Twitter.



Ao longo do dia de ontem, uma frase dita por Lula em 1988 foi amplamente compartilhada nas redes sociais. "No Brasil é assim: quando um pobre rouba, ele vai para a cadeia, mas quando um rico rouba ele vira ministro".  Lula era deputado federal (PT) e fazia oposição ao governo Sarney na época. A frase apareceu numa entrevista para o jornal O Globo em que o ex-presidente criticava a impunidade de políticos envolvidos em caso de corrupção. As redes sociais também estão ressuscitando algumas frases de Lula no episódio em que ele defendeu o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, em 2010. O site causou alvoroço na diplomacia americana ao divulgar milhares de documentos sigilosos sobre as relações diplomáticas do governo dos Estados Unidos. Assange acabou preso em Londres por acusações de crimes sexuais. Numareportagem da agência Reuters e reproduzida pelo portal G1, Lula falou: “Aparece o tal do WikiLeaks e desnuda a diplomacia que parecia inatingível, parecia a mais certa do mundo, e aí começa uma busca”, disse, sobre os vazamentos de documentos diplomáticos. “Se ele leu, é porque alguém escreveu. O culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpem quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem”.
Lula ainda mandou um recado à presidente Dilma, que assumiria o cargo dali a poucos dias. “A Dilma tem que saber e falar para os seus ministros. Se não tiver o que escrever, não escreva bobagem, passa em branco a mensagem”, disse. Apesar da ampla e apaixonada divulgação da notícia, é preciso ressaltar algumas diferenças entre os dois casos, que ocorrem em contextos diferentes. No caso do Wikileaks, tratava-se de roubo de dados sigilosos passados a um civil por informantes que atuavam dentro dos governos. No caso do vazamento das conversas de Lula, foi uma ordem judicial do juiz Sergio Moro que divulgou as escutas à imprensa. Essa ordem está sendo questionada pelo governo e por grupos de juristas que vêm ilegalidade no ato. ÉPOCA

Compartilhar Conteúdo

444