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Governo sofre para se reposicionar no Senado...

Josias de Souza

03/10/2019 18h49

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Em política, quase tudo é permitido, menos deixar-se surpreender. Depois de derrubar todas as emendas ao texto principal da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, o governo foi ao plenário do Senado com a guarda baixa. E levou, na última hora, uma paulada. Aprovou-se emenda que subtraiu da reforma R$ 86 bilhões, elevando para R$ 133 bilhões a soma do que foi perdido em relação ao que a Câmara aprovara.

Nesse contexto, o secretário de Previdência da pasta da Economia, Rogério Marinho, regula o verbo ao comentar a redução da verba. Declara que o governo gostaria de ter obtido uma cifra "maior" no Senado. Mas realça que é preciso "comemorar o resultado": uma economia de R$ 800 bilhões em dez anos.

Ex-deputado, tarimbado nas mumunhas do Legislativo, o que Marinho declara, com outras palavras, é mais ou menos o seguinte: Nada de mau acontece para o governo no Congresso que não seja esplêndido diante do que ainda pode acontecer. Vem aí a votação em segundo turno. Convém evitar novos descuidos.

O ministro Paulo Guedes (Economia), que não tem filtro político, reagiu muito mal. Falou em compensar cada bilhão perdido. Insinuou a possibilidade de rever a negociação sobre pacto federativo e a participação de estados e municípios na partilha do megaleilão de petróleo marcado para o início de novembro. Negócio de R$ 106 bilhões.

Se telefonar para Bolsonaro, Guedes talvez ouça uma ordem. Algo assim: "Paulo, baixa a bola aí, tá Ok? Ainda preciso aprovar no Senado a indicação do meu filho Eduardo para a nossa embaixada em Washington. Meu amor pela banda negociante do Senado não veio à primeira vista. É um relacionamento construído a prazo, em prestações nem sempre muito suaves. Não adianta você cutucar, Paulo. Esses profissionais do Congresso, especialmente os do Senado, não ficam com raiva. Eles ficam com tudo."

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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